Prioridades
CNMP expede recomendação sobre atuação do MP na esfera cível
A recomendação aprovada é resultado de amplo estudo realizado pelo conselheiro Cláudio Barros Silva, na análise dos processos 935/2007 e 818/2009. O primeiro requeria que o CNMP realizasse estudos sobre as funções do MP nos processos cíveis, onde atua como órgão agente ou interveniente, em ações individuais e coletivas. O outro questionava a adequação constitucional da resolução 010/2003, do MP/BA, que determina a obrigatoriedade de os membros do MP manifestarem-se no mérito das ações de mandado de segurança.
Em seu voto, o conselheiro Cláudio Barros Silva reconheceu a necessidade de adequação entre as determinações do CPC, que prevê a intervenção do MP nas ações e procedimentos de natureza cível em geral, e o novo perfil institucional dado ao MP pela CF/88 (clique aqui), que privilegia a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses indisponíveis, sejam sociais ou individuais.
Cláudio Barros Silva ainda lembrou as limitações estruturais e orçamentárias do MP, e argumentou que o MP deve reduzir sua intervenção nas questões que não tenham repercussão e concentrar-se em ações que representem efetivo interesse social. Segundo ele, "não há mais como prosperar a imposição burocrática de intervenção em processo, sem que este, o processo, tenha a mínima repercussão social".
Diante desses argumentos, o Plenário, por unanimidade, decidiu recomendar às unidades do MP que, no âmbito de sua autonomia, disciplinem a intervenção institucional na esfera cível, com prioridade para as ações de repercussão social e que, também, repensem as ações de membros e servidores, de modo que eles "eventualmente, deixem de atuar em procedimentos sem relevância social para, em razão da qualificação que possuem, direcionar, na plenitude, a sua atuação na defesa dos interesses da sociedade".
No que diz respeito à resolução 10/2003 do MP/BA, que prevê a intervenção obrigatória dos membros nos mandados de segurança, o CNMP considerou que a norma não tem caráter vinculativo e que cabe aos procuradores e promotores de Justiça, em cada caso, decidir se há interesse público primário.
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Confira a íntegra do voto - clique aqui.
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