Migalhas Quentes

Resultado da enquete

Perguntamos: Em sua opinião, Dilermando é culpado ou inocente no episódio que culminou na morte Euclides da Cunha?

3/7/2009

A soberana decisão

Migalheiros decidem o futuro do passado

Na enquete lançada na matéria passada, perguntamos: "Em sua opinião, Dilermando é culpado ou inocente no episódio que culminou na morte Euclides da Cunha?"

O público migalheiro deu sua opinião:

O objetivo de nossa enquete foi avaliar como o distanciamento histórico de um determinado fato pode influenciar no julgamento que fazemos.

Ter a maioria das pessoas votado pela inocência de Dilermando mostra que a comoção que a morte do escritor causou na sociedade da época não impediu que se fizesse ali um julgamento pautado na apresentação de provas, lógica de acusação e defesa, ao invés de opiniões pessoais influenciadas por fatores como o prestígio de Euclides da Cunha e a situação de escândalo que envolveu o crime.

A decisão histórica

Como se sabe, "na vida real", o caso foi levado a júri popular.

De início, foi acolhida a tese da legítima defesa, mas o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Apelação. Isso se deu em vista da contradição das respostas dos membros do júri, pois os votos absolveram Dilermando ao mesmo tempo que julgaram ter "motivo reprovado" o crime que cometeu :

"De fato, tendo o júri reconhecido que o apelado foi impelido a cometer o crime por motivo reprovado, não podia em seguida reconhecer que o mesmo apelado agiu em legítima defesa própria e ao mesmo tempo de outrem. O reconhecimento daquele agravante é incompatível com esta justificativa, pois que não é possível justificar-se um crime praticado por motivo reprovado"

Houve novo júri. O advogado Evaristo de Moraes conseguiu inocentar Dilermando mais uma vez. Livre, o tenente casa-se em 12 de maio de 1911 com a viúva de Euclides, Ana Cunha, que passa a se chamar Ana de Assis.

Em 1916 a história se repete : Dilermando na cadeira de réu, acusado de matar um dos filhos de Euclides que tentara vingar a morte do pai. Novamente, Dilermando afirma ter cometido crime em legítima defesa e outra vez Evaristo de Moraes consegue absolver seu cliente.

Anos depois, Ana de Assis descobre que estava sendo traída pelo marido desde 1924. Ele tinha 36 anos, Ana 52. Dilermando abandona a esposa e vai viver com a outra mulher, Maria Antonieta de Araújo Jorge, conhecida como Marieta. Para Dilermando, ficou na história a famosa frase de Ana : "você é o único homem que não tinha o direito de prevaricar".

Agradecemos a todos por terem dado sua contribuição.

Para finalizar nossa série especial sobre Euclides da Cunha, preparamos uma surpresa para nossos leitores :

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