Crise
Equador rompe relaçoes diplomáticas com a Colômbia
A crise entre os dois teve início no fim de semana, depois que helicópteros colombianos invadiram o território equatoriano para realizar um ataque contra membros das Farc - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
A nota equatoriana também atribui o rompimento ás "acusações muito graves contidas no comunicado divulgado pela Presidência da Colômbia, que insinua acordos entre as Farc e o governo do Equador".
O comunicado cita ainda as declarações do general Oscar Naranjo, diretor da Polícia Nacional da Colômbia, que afirmou ter indícios da ligação de autoridades equatorianas com guerrilheiros das Farc. O texto descreve as afirmaçoes de Naranjo como "cínicas e temerárias".
"Estas acusações infundadas constituem um ato inamistoso e uma tentativa deliberada de desviar a atençao da violaçao da soberania territorial equatoriana, reconhecida pelo próprio governo colombiano em comunicados e notas diplomáticas", diz Ministério das Relaçoes Exteriores do Equador.
OEA
A OEA deve realizar nesta terça-feira uma reunião extraordinária para discutir o aumento da tensao entre a Colômbia e o Equador, que também envolve a Venezuela.
No fim de semana, Equador e Venezuela a anunciaram o envio de tropas para a fronteira com a Colômbia, em uma reação á operação das forças colombianas em território equatoriano.
Representantes de países da região defenderam uma saída negociada para diminuir a tensão e afastar a possibilidade de um conflito armado na região.
"Nós queremos a paz no continente, não temos posição doutrinária em relação a nenhum país", disse, durante coletiva em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O ministro reconheceu que a crise é "grave" e disse que o pedido de desculpas da Colômbia ao Equador nao foi "muito explícito" e deveria ser refeito.
Amorim confirmou que o presidente Lula conversou por telefone com o colombiano Álvaro Uribe e o equatoriano Rafael Correa em busca de uma possível "convergência" que possa ajudar a minimizar a tensão.
Argentina e ChileO chanceler da Argentina, Jorge Taiana, divulgou nota em que diz que o governo do país rejeita "qualquer forma de violação da soberania regional".
De acordo com o comunicado, Taiana conversou com sua colega equatoriana, María Isabel Salvador, antes de divulgar o texto, e antecipou a posiçao do governo argentino na reunião extraordinária da OEA hoje.
"A Argentina vai expor na sessao extraordinária da OEA a firme posição de rejeição a qualquer forma de violação da soberania territorial a um Estado membro", afirma a nota.
Taiana declarou ainda que "o respeito da soberania territorial é um princípio inviolável no direito internacional e nada e nem ninguém pode justificar sua violação".
O ministro disse que a Argentina trabalha para que a paz não seja alterada e para que continue o processo de libertação de reféns das Farc.
No Chile, a presidente Michelle Bachelet disse que "o mais importante no momento, além de uma explicação (para a incursão colombiana), é evitar que este conflito tenha uma escalada".
"Há um conjunto de países como o nosso que estao disponíveis para buscar uma boa saída", afirmou.
EUA e ONU
O porta-voz do Departamento de Estado americano Tom Casey disse que os Estados Unidos apóiam o direito da Colômbia de se defender das Farc, mas defendeu a abertura de um diálogo entre colombianos e equatorianos.
"De nosso ponto de vista, este é um assunto entre a Colômbia e o Equador", disse. "Não tenho certeza sobre o que isso tem a ver com a Venezuela."
"Os equatorianos manifestaram sua preocupação", acrescentou. "Certamente nós apoiamos a integridade territorial e a soberania de todas as nações na região."
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também fez um apelo ao diálogo e disse estar preocupado "com o aumento das tensoes e da retórica durante o fim de semana", de acordo com uma porta-voz.
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Fonte: BBC Brasil
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