Ontem, Migalhas noticiou o caso de Galileu Nogueira, que processou a rede de farmácias Droga Raia, em razão da alteração de seu nome no cadastro para “gaylileu”. Ele acusa a empresa de homofobia.
Ao Migalhas, Galileu Nogueira deu mais detalhes do episódio e afirmou que decidiu buscar o Judiciário porque “era o certo a se fazer” a fim de promover o progresso.
O cliente contou que entrou em contato pelos canais de Ética da rede de farmácias e reportou o ocorrido. A resposta demorou dois meses para chegar e, quando chegou, foi sintética: “lamentamos o ocorrido, as medidas cabíveis foram tomadas”, teria dito a empresa.
Posteriormente, ele relatou que a Droga Raia ligou para ele, pedindo desculpas pelo episódio e oferecendo uma “cesta de produtos” a fim de minimizar o episódio. A cesta, no entanto, nunca chegou.
Muito mais do que pedidos de desculpa, ligações ou “cesta de produtos”, Galileu disse que queria uma atitude mais efetiva por parte da empresa, a fim de demonstrar o empenho em alinhar os valores da diversidade.
Durante a entrevista, Galileu contou que essa situação o fez lembrar de todas as piadas e brincadeiras que passou na infância e adolescência por ser homossexual. Esse caso, agora, não poderia passar em branco e Galileu foi à Justiça: “emocionalmente, era o certo a se fazer”, afirmou.
"Eu sei que o resultado desse processo pode ser que demore um, dois ou três anos, mas é muito mais importante para a sociedade e para a população LGBT do que o [dano] emocional que estou sofrendo", afirmou.
Na conversa com Migalhas, ele reconheceu que o Judiciário é um meio custoso, não só financeira, mas emocionalmente; todavia, registrou que uma causa ganha nesse caso representa progresso para a sociedade:
“Eu sigo adiante, porque eu sei que vai ser muito mais necessário uma causa ganha, esperamos que seja ganha, do que simplesmente eu me silenciar e falar ‘o dano emocional é tão difícil que eu prefiro nem entrar’ e aí a gente não promove progresso.”