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Unimed indenizará criança por recusar tratamento para autismo

TJ/SP considerou que a genitora e o filho passaram por situação traumática e desgastante, que fugiu da esfera do mero aborrecimento.

25/6/2021

Plano de saúde negou tratamento especializado a criança portadora de autismo.(Imagem: Unsplash)
A 9ª câmara de Direito privado do TJ/SP condenou a Unimed a indenizar uma criança por negar o tratamento especializado para transtorno do espectro do autismo. O colegiado considerou que a genitora e o filho passaram por situação traumática e desgastante, que fugiu da esfera do mero aborrecimento.

O filho, em face de sua genitora, relatou ser beneficiário do plano de saúde da Unimed e apesenta quadro de transtorno do espectro do autismo razão pela qual lhe fora prescrito tratamento psicoterápico comportamental intensivo pelo método ABA.

O tratamento compreende acompanhamento fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional psicólogo, treinamento parental, escolar, neuropsiquiátrico, acompanhamento em sala de aula assistido por auxiliar psicopedagogo, além dos medicamentos.

O juízo de primeiro grau condenou a Unimed ao custeio do tratamento multidisciplinar nos moldes da prescrição médica, por entender não ser correta cláusula que limita a cobertura em planos de saúde, por caracterizar vantagem exagerada para a contratada em detrimento do consumidor.

Ao analisar apelação, o relator, desembargador José Aparício Coelho Prado Neto, ressaltou ser inquestionável a responsabilidade da empresa pelo custeio do tratamento médico prescrito, inclusive, dela não sendo possível se isentar.

Para o magistrado, a criança faz jus à indenização por danos morais, na medida em que a negativa de cobertura dos tratamentos solicitados não decorreu de mera interpretação ou descumprimento contratual anteriores a qualquer fornecimento de serviço.

“Não há como se ignorar que o autor passou por situação traumática e desgastante, que fugiu da esfera do mero aborrecimento, pois, quando procurou a ré para que esta autorizasse o custeio do tratamento que lhe foi prescrito, teve seu pedido negado e, ao invés de direcionar suas forças para a luta a sua recuperação, foi obrigado a iniciá-los de forma particular e, ainda, de iniciar embate jurídico motivado por verdadeiro sofisma.”

Diante disso, deu provimento ao recurso para condenar a empresa à indenização por danos morais em R$ 10 mil.

O advogado Rubens Amaral Bergamini, do escritório Rubens Amaral Bergamini Sociedade de Advogados, atua na causa.

Veja o acórdão.

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