Na carta, os causídicos asseveram:
“Lamentavelmente, a suscitação foi o estopim para a necessária denúncia do que vem acontecendo: a persecução penal, nos tempos estranhos vivenciados nesta sofrida República, só tem sido feita mediante a parceria entre certas autoridades responsáveis pela persecução penal e setores da imprensa.”
Os advogados chamam a atenção para o fato de que as hipóteses de impedimento e suspeição não se confundem; “antes, excluem-se”.
“Vale ressaltar que o pedido do Ministério Público Federal é baseado em grosseiras analogias in malam partem que alargam, de forma irrazoável, o âmbito de incidência de regras de impedimentos atinentes à atuação de advogados com vínculos com juízes.”
Os subscritores apontam a existência de "um jogo escancarado de uso da mídia, mediante a fuga na norma e da forma, para pressionar a Suprema Corte", e lembraram as circunstâncias da semana passada em relação a José Dirceu - quando o próprio ministro Gilmar afirmou que a Corte não seria pressionada pelos procuradores de Curitiba.
"Infelizmente, tem se pretendido reservar aos defensores o papel de telespectadores e homologadores de prisões arbitrárias e sentenças penais condenatórias, decretadas e proferidas em tempos de tamanha comoção do imaginário persecutório que, até mesmo os juízes – de quem, de fato e conforme arguido por Sua Excelência, pede-se e espera-se por imparcialidade – têm sido seduzidos pelo ranço autoritário legitimado e regozijado pela opinião pública."
Por fim, pedem que a Ordem faça manifestação pública de repúdio à arguição de Janot contra o ministro Gilmar.
Veja a íntegra da carta.