O processo de investigação teve início a partir da citação de Cunha em depoimento do doleiro Alberto Youssef, que afirmou ter ajudado Julio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, a repassar propina para o deputado.
De acordo com Camargo, US$ 5 milhões foram pagos como suborno ao presidente da Câmara com a intenção de facilitar a assinatura de contratos de afretamento de navios-sonda entre a Samsung Heavy Industries e a Petrobras.
O esquema teria contado com a participação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Julio Camargo e o lobista Fernando Baiano, condenados nesta segunda-feira pela JF/PR pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Por ser detentor de foro privilegiado, as citações relacionadas a Cunha foram enviadas à PGR e deram origem ao inquérito contra o deputado.
Na mira
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, e Fernando Collor também estão na lista dos políticos que devem ser denunciados ao STF pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, por envolvimento no esquema da Lava Jato.
Ciro foi apontado como beneficiário de recursos pelo dono da UCT, Ricardo Pessoa, pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. De acordo com os delatores, o senador decidia a distribuição da propina entre os parlamentares do PP.
Collor, por sua vez, é citado nas delações de Pessoa e de Youssef. Segundo Janot, o senador e ex-presidente da República recebeu R$ 26 milhões de propina entre 2010 e 2014.