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TRF-1: Anvisa não precisa provar ineficácia para proibir remédio

A Secretaria de Vigilância Sanitária cancelou o registro dos medicamentos Optacilin e Optacilin Balsâmico.

19/11/2023

A 11ª turma do TRF da 1ª região julgou ser legítima a atuação da Secretaria de Vigilância Sanitária do ministério da Saúde no cancelamento de registro dos medicamentos Optacilin e Optacilin Balsâmico - garantindo o direito de ampla defesa e contraditório, como ocorrido no caso.

Por isso, o TRF-1 negou provimento à apelação interposta pela fabricante dos produtos contra a sentença que já havia julgado improcedente o pedido para que a Anvisa exibisse trabalhos científicos que comprovassem a ineficácia dos medicamentos.

De acordo com os autos, a portaria 54/96 cancelou o registro dos medicamentos. A fabricante afirmou no processo que não concordou com a possibilidade do cancelamento de registros de produtos regularmente concedidos sem a devida comprovação de sua nocividade/ineficácia.

Alegou ainda que sem a devida fundamentação científica não pode haver o cancelamento de registro de medicamento e que sem o estudo não houve a oportunidade de a parte interessada refutar argumentos trazidos pela autoridade sanitária, o que tornaria o ato ilegal e passivo de ser cancelado.

Por fim, a empresa pediu a reforma da sentença para que a Anvisa comprovasse a ineficácia dos medicamentos, bem como a validação do Optacilim Balsâmico e Optacilim.

Anvisa não precisa apresentar estudo científico que ateste ineficácia de medicamento para proibi-lo.(Imagem: Freepik)

Atuação legítima da Anvisa

Ao analisar o caso, o relator, desembargador Federal Rafael Paulo, sustentou que a lei 6.630/76 confere ao ministério da Saúde, a quem se vincula a Anvisa, o poder-dever de exigir a modificação de medicamentos que estejam inadequados para o consumo, tornando-se nocivos à saúde.

“Ademais, como bem acentuado na sentença, à parte autora caberia o ônus de provar a eficácia e a ausência de dano à saúde do produto que pretende utilizar”, afirmou.

O desembargador ressaltou não haver dispositivo legal que vincule a proibição de determinada substância à apresentação de estudos clínicos que comprove sua nocividade. Ele concluiu ser legítima a atuação da Anvisa no cancelamento dos medicamentos, com a edição da portaria 54/96, “garantindo o direito de ampla defesa e contraditório, como ocorrido no caso”.

O colegiado, por unanimidade, nos termos do voto do relator, negou provimento à apelação.

Acesse o acórdão.

Informações: TRF da 1ª região.

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