Considerada uma das datas mais importantes da história, o 7 de setembro é marcado por celebrações em todo o Brasil. Confirmando sua importância, em 6 de abril de 1949, o governo de Eurico Gaspar Dutra declarou a data como feriado nacional.
A lei 662, posteriormente foi reforçada e modificada para incluir novas datas pela lei 10.607/02, sancionada por Fernando Henrique Cardoso.
Historiadores acreditam que as celebrações da data aconteciam de forma espontânea, sobretudo, após a Proclamação da República, em 1889.
Mas foi a partir do governo de Getúlio Vargas que os desfiles cívicos ganharam força e se tornaram tradição. Desde a Ditadura Militar, porém, a data comemorativa adquiriu ainda mais ares de ato político.
Não muito diferente do Brasil de 2022, a comemoração dos 200 anos de Independência, neste ano, que trata-se de ano eleitoral, é marcada por clima de tensão política.
2022
200 anos
Uma das intenções de comemoração dos 200 anos está na exibição do coração de Dom Pedro I, que chegou ao Brasil no dia 22 de agosto.
O monarca morreu em 1834, aos 34 anos, e seu coração foi separado do corpo pois ele declarou querer entregar, literalmente, "à heroica cidade do Porto".
A relíquia deixou Portugal pela primeira vez em 187 anos e está exposto no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
1972
150 anos
Fato semelhante à vinda do coração de D. Pedro I aconteceu na comemoração dos 150 anos da Independência, em 1972, durante um dos períodos mais duros da Ditadura Militar.
O governo do general Emílio Garrastazu Médici conseguiu negociar a vinda de Portugal dos restos mortais do imperador.
A exaltação ao militarismo também tomou conta das comemorações. A celebração em São Paulo, na avenida Paulista, foi considerada à época o maior desfile militar da história do país, com 18 mil homens.
Arquibancadas eram erguidas em importantes avenidas para que o público pudesse acompanhar as paradas militares com desfiles de tropas e de blindados, muitas vezes encerrados com exibições da Forças Aérea Brasileira.
1922
100 anos
Em 7 de setembro de 1922, as atenções do mundo se voltaram para o Rio de Janeiro com a inauguração da Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil. O governo do presidente Epitácio Pessoa o conseguiu transformar o evento nacional em um acontecimento internacional.
As comemorações se espalharam pelo Brasil, mas foi no Rio de Janeiro que aconteceu uma enorme parada militar. Situada ao final da Avenida Rio Branco, acredita-se que a exposição ocupou mais de 2 mil metros de área e contou com a participação de 14 países.
A comemoração do centenário foi marcada, também, pela primeira transmissão de rádio no país. A Westinghouse se propôs a fazer uma demonstração do seu aparato de transmissão, instalando a estação transmissora de 500 w no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro.
A estação teve receptores alto-falantes colocados estrategicamente nos recintos da exposição do centenário de independência, pelos quais os visitantes puderam ouvir o pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa, que a inaugurou.
1872
50 anos
O cinquentenário da Independência foi comemorado com a inauguração, no Rio de Janeiro, da estátua de José Bonifácio de Andrada e Silva, já cognominado o patriarca da Independência, no Largo de São Francisco. A obra do escultor francês Louis Rochet, teve iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Imperador Dom Pedro II.
A estátua foi representada de modo "pedestre" - como se diz tecnicamente -, ou seja, em pé. Bonifácio tinha em sua mão esquerda o manifesto de 6 de agosto de 1822, em que proclamou aos povos do universo a emancipação política do Brasil, e na mão direita a pena, com que escrevera o documento.
O pedestal havia quatro figuras alegóricas representando a Justiça, a poesia, a Ciência e a integridade.
Foi naquele ano, ainda, que, de fato, uma instituição estatística seria constituída e seria capaz de realizar um censo com a maior competência, o primeiro do país. Assim sendo, justo no cinquentenário da Independência, o país saberia, finalmente, os números de sua população e mais alguns detalhes.
Referências
Livro: História da comunicação: rádio e TV no Brasil.
Sites: Memória Santista, Estadão e IBGE.