A Comissão Especial de Precatórios da OAB nacional vai buscar a CIDH - Corte Interamericana de Direitos Humanos para pedir avanço no pagamento de precatórios de todo o país. Hoje, a expectativa é o Brasil pague, em 2022, menos de 50% dos precatórios devidos.
"O cidadão brasileiro precisa ter seus direitos garantidos pelas autoridades. Os precatórios são uma dívida do Estado com o cidadão e precisam ser pagos de forma justa dentro dos parâmetros que a Constituição prevê", afirma o secretário geral da Comissão Especial de Precatórios da OAB, Marco Antonio Innocenti (Innocenti Advogados).
A ideia de recorrer à CIDH para resolver a questão dos precatórios veio de experiência em Santo André/SP. Advogados no município paulista buscaram a Corte para denunciar a inadimplência do governo local em relação aos precatórios.
Para Marco Innocenti, as recentes alterações introduzidas na Constituição implicaram grande retrocesso no cumprimento das decisões judiciais, agravando o quadro de descumprimento crônico em que estados e municípios já se encontravam, para agora alcançar também a União, mesmo o governo federal tendo recursos para honrar os compromissos, pois os valores orçamentários para pagamento dos precatórios foram utilizados para ampliar despesas do governo em ano eleitoral, o maior estelionato eleitoral já visto no Brasil.
A decisão foi tomada em uma reunião realizada na quarta, 10, com a presença do presidente da comissão, Marcio Brotto de Barros; do secretário geral, Marco Antonio Innocenti, e os membros George Suetonio Ramalho Júnior e Sergio Higino Dias dos Santos Neto. Além da corte internacional, a comissão irá submeter o tema à diretoria do Conselho Federal da OAB e também à Comissão de Direitos Humanos da Ordem, com sugestão de apreciação pelo Conselho Pleno.