Durante o X Fórum Jurídico de Lisboa, nesta terça-feira, 28, a professora do IDP Paula Farani falou sobre o momento atual se tratar de uma “sociedade algorítmica”: “significa que os algoritmos já fazem parte da nossa vida e já estão moldando a forma como nós tomamos decisões conscientes e inconscientes”.
Para contextualizar, Paula citou a urgência de que Cortes constitucionais comecem a refletir sobre o quanto estão delegando a interpretação dos direitos fundamentais a entes privados. No entendimento da professora, “elas podem participar desse diálogo e balizar essa discussão sobre interpretação, adjudicação dos direitos fundamentais, para que não fique 100% delegado para entes de privados”, reiterou.
Confira:
Regulação da IA
Paula Farani comentou, também, sobre a sofisticação da inteligência artificial: “A gente está chegando num ponto em que a inteligência artificial é tão sofisticada que pessoas confundem a interação com a inteligência artificial com uma interação com outra pessoa”.
Além disso, cita como exemplo o caso do projeto LaMDA, tecnologia baseada em inteligência artificial que promete conversas mais realistas com o usuário, e de como ele traz à tona toda a discussão sobre o que define um ser humano e a linguagem. Para Paula, o projeto expõe a necessidade da regulação da inteligência artificial no Brasil.
“Na Europa já há uma regulação para que toda inteligência artificial seja identificada para que o consumidor saiba que está falando com um algoritmo ou com uma pessoa”.
Confira:
O evento
De 27 a 29 de junho de 2022 será realizado, em Portugal, o X Fórum Jurídico de Lisboa. Em sua décima edição, o evento tem como mote "Governance da Ordem Jurídica em Transformação". Também estarão em debate temas como liberdades individuais, crise da democracia na geopolítica global, transformações econômicas, meio ambiente, novas tecnologias e desafios do Estado regulador. O objetivo é promover o diálogo entre Brasil e Portugal a partir de uma perspectiva de governança em contínua transformação. O Congresso é realizado pelo IDP, pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito de Lisboa e pela FGV.