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Juiz nega prisão do empresário Saul Klein, acusado de crimes sexuais

Magistrado autorizou novas diligências no inquérito que mira o empresário.

18/5/2022

O juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª vara Criminal de Barueri/SP, negou decretar prisão preventiva do empresário Saul Klein, e outros investigados por supostos crimes sexuais contra 14 mulheres.

Klein é filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein. Ele foi acusado de crimes como organização criminosa, tráfico de pessoas, estupro, casa de prostituição e exploração sexual.

A prisão foi solicitada pela polícia Civil de São Paulo, que investiga o caso. Mas, em decisão proferida nesta terça-feira, 17, o magistrado negou o pedido e acolheu parecer do Ministério Público para realização de novas diligências no inquérito.

A investigação foi remetida novamente para a Delegacia de Defesa da Mulher, que realizará novas oitivas no âmbito da investigação.

Justiça nega prisão preventiva de Saul Klein por crimes sexuais.(Imagem: Leticia Moreira/ Folhapress)
Justiça nega prisão preventiva de Saul Klein por crimes sexuais.(Imagem: Leticia Moreira/ Folhapress)

O juiz destacou que a prisão não pode ser decretada por tempo indeterminado, e que não há prazo definido para a conclusão das diligências indicadas pela Promotoria.

No mesmo despacho, o juiz Fabio Calheiros do Nascimento impôs medidas cautelares para alguns dos investigados, entre elas a proibição de contato entre os suspeitos com as vítimas e proibição de sair do país. Apenas a primeira foi decretada contra Saul Klein.

O magistrado também decretou o bloqueio de bens de uma empresa sob suspeita – os investigadores apuram se ela poderia estar sendo utilizada pelo grupo para cooptação de mulheres.

Relatos

Em reportagem especial, Migalhas mostrou que ao menos 14 mulheres relatam terem sido vítimas de abusos sexuais cometidos por Saul Klein, empresário de 68 anos, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel KIein. Os crimes de estupro, favorecimento de exploração sexual, tráfico de pessoas e lesão corporal são alguns dos citados.

Os relatos são de um esquema meticuloso, envolvendo uma agência que aliciava mulheres para trabalharem para Klein. Inicialmente, segundo os relatos, era oferecido a elas o trabalho como modelo. Depois, elas descobriam que os serviços a serem prestados iam além dos anunciados.

A ação envolvia agentes, motoristas e até médicos que atendiam o grupo de mulheres, que deveriam permanecer por dias em uma "mansão", à disposição do "príncipe", onde eram realizadas festas particulares.

O perfil de mulheres buscado era sempre o mesmo: muito jovens, altas e magras. Em sua maioria, de baixo poder aquisitivo.

A delegada Priscila Camargo, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, na Grande São Paulo, teria afirmado que o inquérito tramita há mais de 15 meses e ainda há outras pessoas a serem indiciadas.

Cinco dessas jovens abriram os detalhes sobre os abusos que sofreram em reportagem da Uol, e depois deram depoimento exclusivo para o documentário "Saul Klein e o Império do Abuso", produzido por Universa e Mov.doc.

Migalhas conversou com as advogadas dessas mulheres, Priscila Pamela dos Santos e Maíra Recchia.

 

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