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“Cale a boca a senhora”, grita juíza a promotora em Júri em PE

Tribunal julgava caso Tamarineira, em que acidente de trânsito vitimou três pessoas.

18/3/2022

A juíza de Direito Fernanda Moura de Carvalho e a promotora de Justiça Eliane Gaia protagonizaram um bate-boca nesta quinta-feira, 17, em sessão da 1ª vara do Tribunal do Júri de Recife/PE.

“Cale a boca a senhora! Sente-se”, grita a juíza à promotora.

Assista à cena:

O caso em julgamento era relacionado a um acidente de trânsito ocorrido em 2017, que causou a morte de três pessoas e provocou ferimentos graves em mais duas vítimas, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife.

O motorista que causou o acidente estaria embriagado, e foi julgado por triplo homicídio doloso e dupla tentativa de homicídio.

Os ânimos teriam se exaltado quando o réu, respondendo a perguntas da defesa, disse que não é assassino. Neste momento, a promotora teria reagido à fala com um gesto, quando, então, a advogada de defesa chama a atenção da juíza para o fato. A promotora não nega, e confirma: “exatamente”.

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A juíza, então, adverte os dois lados, e o bate-boca se inicia. É possível ouvir a discussão ao fundo, e a juíza fala ao microfone tentando encerrar a situação.

"Doutora Eliane, não... Por gentileza, é absolutamente... Calma, calma, calma... "

A promotora continua se manifestando, ao que a juíza pede a colaboração da bancada para que a acalmem. A magistrada pede silêncio, mas a discussão continua:

— Silêncio. Doutora promotora de Justiça!

— Não precisa gritar não, doutora... calma!

— Estou precisando, porque a senhora não está obedecendo a presidência.

— Se contenha também. 

— Doutora promotora de Justiça! 

— Se contenha.

— Continência a senhora não me determina! Cale a boca a senhora! Sente-se! 

Em seguida, a juíza determina silêncio na sessão para dar continuidade ao julgamento.

"Contenham-se. Gestuais, palavras que cheguem à nossa vista, à vista de todos, palavras que chegam às nossas audições não são convenientes nessse momento. É preciso guardar o respeito neste plenário, especialmente, doutora promotora, à presidência desta sessão. Ok? Por gentileza, vamos dar continuidade à sessão de forma silente e inexpressiva. 

A promotora ainda questiona: "estão mandando a gente se calar?" Ao que a juíza responde:

"Eu estou mandando, eu estou determinando que a senhora se cale, e estou determinando que a senhora obedeça as ordens da presidência. Dr. Marcelo, eu estou determinando também que V. Exa. permaneça silente."

Julgamento

Quanto à decisão do júri, o motorista foi condenado a 29 anos de prisão.

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