O Grupo Moreno anunciou no último dia 6 o pagamento dos credores e a antecipação do cumprimento do seu plano de recuperação judicial com dívida de R$ 1 bilhão. O pagamento das dívidas da empresa do setor agrícola ocorreu com financiamento de cerca de 40% desse valor, outros 40% de recursos próprios e os 20% restantes vieram de antecipação de exportações.
Fabiana Solano, sócia da área de Insolvência e Reestruturação do escritório Felsberg Advogados, que assessorou a empresa, explica que "a previsão de pagamento era de até três anos, mas a operação permitiu a quitação de quase 100% dos créditos da empresa, incluindo créditos excluídos da recuperação judicial, mas que aderiram às formas de pagamento convencionadas no plano homologado há 1 ano."
Diante do cumprimento do plano e pagamento dos credores, o Grupo Moreno sai reestruturado, com EBITDA de R$ 900 milhões e boas perspectivas para o ano de 2022.
“Essa é uma das primeiras vezes que se vê no Brasil um exit financing, bastante utilizado nos Estados Unidos, proporcionando à empresa a possibilidade de seguir em frente de forma saudável e produtiva”, completa Fabiana.
A especialista destaca que a operação do tipo DIP Financing (debtor-in-possession) é permitida para empresas em processo de recuperação judicial, que já possuem um plano aprovado ou em discussão pelos credores. Ressalta, ainda, que durante a recuperação judicial, a empresa seguiu normalmente com suas atividades e encerrou a safra 20/21 com moagem superior a R$ 9 milhões de toneladas de cana.
A assessoria do Felsberg Advogados para o Grupo Moreno teve a participação dos sócios Maria da Graça Pedretti, Fabiana Solano, Thomas Felsberg e Tatiana Guerra, e dos advogados André Drumon, Anne Gasques, Lucas Ruggeri e Ronaldo Santos.
____