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PGR diz que não foi informada sobre ação da PF contra Salles

No despacho que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a PGR fosse informada após o cumprimento das diligências.

19/5/2021

A operação Akuanduba, deflagrada pela PF contra o ministério do Meio Ambiente e o ministro da pasta, Ricardo Salles, na manhã desta quarta-feira, 19, foi realizada sem uma consulta prévia ao procurador-Geral da República Augusto Aras.

No despacho que autorizou a operação, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que a PGR fosse informada após o cumprimento das diligências.

“Após o cumprimento das diligências, dê-se, IMEDIATA CIÊNCIA à Procuradoria-Geral da República”, diz trecho do documento que tramitava em sigilo (veja abaixo).

(Imagem: Pedro França/Agência Senado)

A PGR, em nota, disse que "não foi instada a se manifestar sobre a medida, o que, em princípio, pode violar o sistema constitucional acusatório".

Sigilo

A pouco, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo da decisão que determina uma série de medidas cautelares de busca e apreensão, quebra de sigilos bancário e fiscal, suspensão do cargo, entre outras, relativas a diversos agentes públicos e pessoas jurídicas, investigados em operação que apura suposto envolvimento em esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais.

A decisão foi tomada na Pet 8.795. Entre as medidas, o ministro determina a quebra de sigilos bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o afastamento de Eduardo Bim do cargo de presidente do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Reabertura

O ministro determinou o desarquivamento do caso a pedido da PF, que apresentou por meio de representação novos elementos probatórios relacionados aos fatos descritos na Pet 8.975.

A petição - uma notícia-crime apresentada no ano passado contra o ministro Salles pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES), pela deputada Federal Joênia Wapichana (Rede-RR) e pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) - apontava o suposto cometimento dos crimes de prevaricação e advocacia administrativa e crimes de responsabilidade em razão de manifestação de Salles em reunião ministerial ocorrida em abril de 2020.

O caso havia sido arquivado em outubro do ano passado, quando o ministro Alexandre de Moraes acolheu parecer da PGR segundo o qual não haveria, na queixa-crime, qualquer indício real de fato típico ou indicação dos meios que o ministro do Meio Ambiente teria empregado em relação às condutas objeto de investigação.

Leia a íntegra da decisão que determina as diligências, da decisão complementar e do despacho que levanta o sigilo.

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