O Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica intimou gigantes do setor de transporte de valores para prestar esclarecimentos sobre condutas e atuação no mercado. Empresas como Prosegur, Brink's, Protege e TBForte deverão responder questionário, que faz parte de um procedimento preparatório de inquérito administrativo.
O Conselho decidiu aplicar o questionário após informações da Fenaval - Federação Nacional das Empresas de Transporte de Valores apontarem que as empresas TBForte e TEcBan estariam supostamente adotando condutas anticoncorrenciais no mercado de custódia e transporte de valores.
Conforme destacado em ofício enviado pelo Cade, a Fenaval afirmou não haver qualquer restrição à entrada de novos players nesse mercado. Mas em manifestação posterior, afirmou que havia, sim, dificuldades concorrenciais para a entrada de novos concorrentes, citando informações da Superintendência-Geral do Cade.
A mudança repentina de posicionamento, conforme empresas do setor, levanta suspeitas da existência de prática de coordenação do mercado de transporte de valores.
No mesmo período, o Cade determinou que as empresas Brink’s e Prosegur não fizessem novas aquisições de empresas por três anos. E o TCU acelerou investigações sobre preços cobrados em licitações de bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, tendo alertado ao Cade sobre indícios de prática de cartelização no setor.
- Veja a íntegra do ofício.
Atualização: A FENAVAL entrou em contato com a redação de Migalhas para dizer que "o pedido de esclarecimento do CADE sobre barreiras à entrada não leva à conclusão indicada".