O presidente da República Jair Bolsonaro fez um pronunciamento oficial para “restabelecer a verdade” sobre a saída de Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça, e Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF. Em dado momento, afirmou que Moro propôs a saída de Valeixo, mas em novembro, após sua nomeação para ser ministro do STF.
Já Sergio Moro, no Twitter, rebateu a acusação, afirmando que permanência do diretor da PF no cargo nunca foi moeda de troca:
Conforme o presidente, a demissão de Valeixo "não causou surpresa a quem quer que fosse". Bolsonaro reforçou por diversas vezes que tem, como presidente, a prerrogativa de escolher o diretor-geral da PF, apontando a lei 13.407/14. Acusou Sergio Moro de se preocupar com sua biografia enquanto ele, presidente, se preocupa com o Brasil; e ainda de colocar o presidente da República contra o povo brasileiro.
Em sua fala, Bolsonaro também lamentou que a PF estivesse mais preocupada em solucionar o caso do assassinato de Marielle Franco do que com a facada que recebeu durante a campanha presidencial: "Entre meu caso e o dela, o meu era mais fácil de solucionar." O presidente também rebateu as acusações de interferência em investigações feitas por Moro:
"Estou decepcionado e surpreso com seu comportamento. Não se dignou a me procurar e preferiu uma coletiva de imprensa para anunciar a decisão. Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber de investigações em andamento."
Ao sair do ministério da Justiça, Moro fez graves acusações contra o governo. O grande motivo de sua saída, segundo revelou, foi a intervenção política de Bolsonaro na Polícia Federal. "Não tinha como aceitar essa substituição. (...) Tenho que preservar o compromisso que assumi, com o próprio presidente, de que seriamos firmes no combate à corrupção."
Moro destacou que Bolsonaro lhe deu carta branca sobre o comando da PF, o que não cumpriu, e que decidiu trocar a chefia sem qualquer justificativa plausível, situação que pode levar a “relações impróprias”.
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