Migalhas Quentes

Justiça nega tutela antecipada em ação do MP/DF contra o Lulu

Para o parquet, consumidor brasileiro está sendo vítima de calúnia, difamação e injúria.

16/12/2013

O juízo da 1ª vara Cível de Brasília negou tutela antecipada na ação civil pública do MP/DF contra o Facebook e a Luluvise Incorporation, que pedia suspensão imediata do compartilhamento de dados entre o Facebook e o aplicativo “Lulu”, em que mulheres atribuem #hashtags e dão notas aos homens.

Segundo o MP, o consumidor brasileiro está sendo vítima de calúnia, difamação e injúria. “Em nenhum momento da inscrição na rede social o consumidor é advertido quanto à possibilidade de compartilhamento de seus dados pessoais”, explicam os promotores de Justiça. Para eles, o aplicativo descumpre a CF, o CC e o CDC, além de violar as boas regras de convívio social e do pleno exercício da cidadania.

O MP requer na ação, entre outros pedidos, que seja vedada a possibilidade de avaliação anônima.

O juiz de Direito Issamu Shinozaki Filho pontuou, ao negar a tutela, que "uma vez posta ao Judiciário, demanda de natureza coletiva - tal como este feito - versando sobre práticas implementadas no microcosmo virtual que poderiam malferir direitos e garantias fundamentais, a postura judicial que se mostra mais consentânea não é mais aquela que impõe - substituindo-se à vontade das partes adversas - determinada solução, mas a que fomenta, mediante incentivo à apresentação de aportes, medidas e soluções pelos próprios interessados, a conformação da praxe virtual objurgada ao ordenamento jurídico fundamental; oportunidade essa, contudo, ainda não franqueada nesta demanda, muito menos pela parte autora, ainda que por ela adrede instaurado inquérito civil para tanto. Postura judicial essa que salvaguardaria a compleição que é própria ao mundo virtual, tal como aludida na motivação "supra", bem como sua perenidade e desenvolvimento".

Ofício

Em ofício (v. íntegra abaixo) que será encaminhado nesta segunda-feira ao MP, o escritório Scolari, Garcia & Oliveira Filho Advogados, que representa estudante que ajuizou ação de indenização por danos morais para que seu perfil seja excluído do polêmico "Lulu", sustenta que o aplicativo viola de forma frontal "normais constitucionais e infraconstitucionais".

Encaminhado aos promotores Leonardo Bessa e Paulo Binicheski, o documento afirma que "Muito embora o usuário aceite, como se fosse um contrato de adesão, a política de privacidade do Facebook, essa permissão não contempla, obviamente, a autorização para ser exposto ao ridículo".

____________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Facebook deve excluir do Lulu perfil de usuário

8/12/2013
Migalhas Quentes

Resposta masculina ao Lulu, Tubby está proibido no país

5/12/2013
Migalhas Quentes

MP/DF instaura inquérito contra Lulu e Facebook

2/12/2013
Migalhas de Peso

Para além do Lulu

30/11/2013
Migalhas de Peso

#guerradossexos - Sintética análise sobre o (ab)uso da imagem nos polêmicos aplicativos de avaliação entre gêneros para smartphones

29/11/2013
Migalhas Quentes

Estudante de Direito ajuíza ação contra aplicativo Lulu, que avalia homens

27/11/2013

Notícias Mais Lidas

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Em Júri, promotora acusa advogados de seguirem "código da bandidagem"

19/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

O SCR - Sistema de Informações de Crédito e a negativação: Diferenciações fundamentais e repercussões no âmbito judicial

20/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024