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Transtorno bipolar e aposentadoria: Saiba se é possível garantir o benefício

O transtorno bipolar pode dificultar a estabilidade no trabalho, permitindo a aposentadoria por invalidez se a incapacidade for comprovada por laudos médicos.

7/10/2024

O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica grave que afeta milhões de pessoas, comprometendo, muitas vezes, a capacidade de manter um emprego estável. Quem vive com essa doença pode enfrentar dificuldades constantes no trabalho, alternando entre períodos de euforia extrema e depressão profunda. Diante disso, surge a dúvida: será que quem tem transtorno bipolar pode conseguir a aposentadoria por invalidez?

O que é o transtorno bipolar e como ele afeta o cotidiano

O transtorno bipolar é uma doença caracterizada por mudanças extremas no estado emocional, alternando entre episódios de mania e depressão. Na fase maníaca, a pessoa pode apresentar comportamentos impulsivos, pensamentos acelerados e um sentimento de grandiosidade. Já durante os períodos de depressão, o indivíduo pode se sentir desmotivado, com perda de interesse por atividades, além de uma tristeza intensa.

Essas flutuações de humor afetam a vida cotidiana de forma significativa, especialmente no ambiente de trabalho. Em muitos casos, a pessoa com transtorno bipolar tem dificuldade de manter um ritmo constante, o que prejudica a sua produtividade e, consequentemente, o seu desempenho profissional.

Como o transtorno bipolar interfere no trabalho

Para aqueles que sofrem com o transtorno bipolar, manter uma rotina de trabalho pode ser um grande desafio. Durante os episódios de mania, o indivíduo pode agir de forma imprudente, tomando decisões impulsivas que colocam em risco seu desempenho e o ambiente de trabalho. Por outro lado, nos momentos de depressão, a pessoa pode não ter energia suficiente para realizar suas tarefas diárias, o que muitas vezes resulta em faltas ou baixo rendimento.

Essa instabilidade no comportamento pode levar ao afastamento temporário ou até mesmo permanente do trabalho, dependendo da gravidade da doença e da resposta ao tratamento. O apoio no ambiente de trabalho, como flexibilidade de horário e acompanhamento psicológico, pode ser essencial, mas nem sempre está disponível.

Aposentadoria por invalidez para quem tem transtorno bipolar

A aposentadoria por invalidez é destinada a trabalhadores que, por motivo de doença ou acidente, ficam incapacitados permanentemente de realizar qualquer atividade remunerada. No caso do transtorno bipolar, o INSS pode conceder esse benefício se for comprovado que a condição impossibilita o indivíduo de retornar ao trabalho de maneira definitiva.

Para conseguir a aposentadoria por invalidez, é preciso passar por uma perícia médica realizada pelo INSS. Durante a perícia, o médico avaliará os laudos e exames apresentados, a fim de comprovar que a doença impede o segurado de exercer suas funções laborais.

Documentação necessária para solicitar a aposentadoria

Quem deseja solicitar a aposentadoria por invalidez devido ao transtorno bipolar precisa reunir documentos que atestem a gravidade da doença e a incapacidade de trabalhar. Os documentos mais importantes são:

Todos esses documentos serão analisados pelo perito médico do INSS, que decidirá se o segurado tem direito à aposentadoria.

A importância do laudo médico detalhado

O laudo médico é peça-chave no processo de concessão da aposentadoria por invalidez. Esse documento deve conter um relato completo do histórico do paciente, incluindo os sintomas da doença, o tratamento já realizado e como o transtorno bipolar afeta a capacidade de trabalho.

Além disso, o laudo deve demonstrar que a condição de saúde do paciente é crônica e que, mesmo com o uso de medicamentos e terapias, ele não consegue manter uma rotina profissional estável. Laudos médicos mais completos e detalhados aumentam as chances de aprovação do benefício.

Benefícios alternativos: auxílio-doença e auxílio-acidente

Se o transtorno bipolar não for considerado uma incapacidade permanente, o segurado pode solicitar o auxílio-doença. Esse benefício é voltado para aqueles que ficam temporariamente impossibilitados de trabalhar por mais de 15 dias consecutivos. O auxílio-doença exige a mesma documentação que a aposentadoria por invalidez, além de uma perícia médica para comprovar a incapacidade temporária.

Outra opção é o auxílio-acidente, que é concedido a trabalhadores que, após doença ou acidente, ficam com sequelas que reduzem a capacidade laboral, mas que ainda conseguem trabalhar em condições limitadas. Esse benefício serve como uma compensação pela diminuição da capacidade de trabalho, e pode ser acumulado com o salário.

Perícia médica: Etapa fundamental

A perícia médica do INSS é a fase mais importante para a concessão de benefícios como a aposentadoria por invalidez ou o auxílio-doença. Durante a avaliação, o médico perito analisa todos os documentos apresentados e investiga o estado de saúde do segurado, para determinar se ele realmente está incapacitado de voltar ao trabalho.

No caso do transtorno bipolar, o perito irá avaliar a frequência e a gravidade dos episódios de mania e depressão, além de considerar o impacto da doença na vida profissional do segurado. Dependendo do resultado da perícia, o trabalhador pode ser considerado apto ou inapto para continuar no mercado de trabalho.

O que fazer se o benefício for negado

Caso o INSS negue a solicitação de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, o segurado tem o direito de recorrer da decisão. Esse recurso pode ser feito diretamente no portal "Meu INSS" ou em uma agência da previdência social.

Se o recurso administrativo não for aceito, o segurado também pode ingressar com uma ação judicial para contestar a decisão. Nessa fase, contar com o auxílio de um advogado especializado em direito previdenciário pode fazer a diferença, pois ele pode orientar o segurado sobre os melhores argumentos e provas a serem apresentados.

Considerações finais

O transtorno bipolar pode ser uma doença extremamente debilitante, afetando de forma severa a capacidade de trabalho do indivíduo. Para aqueles que sofrem com a condição e têm dificuldades para manter uma vida profissional estável, o INSS oferece opções de benefícios, como a aposentadoria por invalidez, o auxílio-doença e o auxílio-acidente.

A preparação adequada, com laudos médicos detalhados e documentação que comprove a gravidade da doença, é essencial para garantir os direitos previdenciários. Caso o benefício seja negado, o segurado pode recorrer e, se necessário, buscar apoio judicial para que seu direito seja reconhecido.

Rodrigo Gonzalez
Sou especialista em direito de trânsito, cofundador da Doutor Multas, investidor e colunista, escrevo sobre temas relacionados ao trânsito, à mobilidade e à sustentabilidade.

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