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Cantar

Comecemos assobiando aquele hino que segurou as esperanças do Brasil cansado dos abusos e das intolerâncias dos manda chuvas de plantão – hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão. (...) Apesar de você, amanhã há de ser outro dia...

7/3/2014

Não é preciso agora convocar a alegria, parceira da vitória.

Enquanto não passar essa temporada de ascos, que já demora tanto, não teremos razões de cantar.

Oportuno lembrar o aviso do poeta da Vila, o grande Noel – antes da vitória não se deve cantar glória...

Que nós vamos vencer é indubitável. Não razões para arredarmos.

De há muito que eles perderam o juízo. Com as ultimas com que subestimaram a nossa inteligência, nos lançaram as provas de que, realmente, endoidaram de vez.

Fora deste cercado, na terra que por herança escrita com as vitórias nas guerras contra os invasores é de todos nós, maranhenses, os brasileiros nos perguntam em tom de cobrança – mas, até quando?

Para entender o cenário é preciso conhecer o autor. E no caso não há só o cabeça, mas conjuminâncias emaranhadas, misturando pernas e confundindo as coisas, num vai e vem maluco, como na canção de Cazuza.

O dia nasce feliz! Só para eles, é claro.

Consolam as histórias reais sobre o começo, o meio e fim dos déspotas. Geralmente começam sob os embalos das emoções populares que atordoadas no desencanto com o déspota em decadência nem param para avaliar se o novo salvador que legitimam não irá também, lá adiante, lhes enganar.

O século 20 foi pródigo em inventar déspotas que donos dos seus cercados não se conformando com o poder que detinham ainda avançaram nas terras dos outros.

Como os poetas da escalação federativa de Drummond, que os classifica em municipais, estaduais e federais, os déspotas, no Brasil, ocuparam Municípios, Estados e o País.

No cenário do vasto mundo, muito há ainda a contar sobre o mau que fizeram à humanidade figuras como Stálin, Hitler, Mussolini, Pinochet e mais os generais que se revezaram na América Latina.

Todos, ou quase todos, se foram com o século. Cada um com seu grande final. Hitler deu um tiro na boca. Mussolini amanheceu dependurado de cabeça pra baixo num posto de gasolina. Stálin nem esperou pelo demônio – morreu antes de morte morrida.

Os que ainda restam por aí nas dimensões diversas estão em seus últimos estertores. Ninguém os esquecerá, com certeza. Por causa do mal que fizeram ao Povo.

Por enquanto, gente, nada de acalmar este nosso silêncio. Vamos fazer só uma pequena introdução ao canto geral de daqui a pouco.

Comecemos assobiando aquele hino que segurou as esperanças do Brasil cansado dos abusos e das intolerâncias dos manda chuvas de plantão – hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão. (...) Apesar de você, amanhã há de ser outro dia...

Vamos pensar – como constatou Freud – que cada um nós é um cavaleiro montado, que pensamos ter as rédeas nas mãos, mas às vezes o cavalo tem ideias próprias e nos leva a lugares surpreendentes.

Imagino que esse cavalo seja o tempo trazendo alentos novos com ideias próprias a nos inspirar à ação fortalecida pela unidade na mesma fé.

___________

* Edson Vidigal é ex-presidente do STJ e professor de Direito na UFMA.

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