Na cerimônia de abertura oficial da 11a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad XI), em SP, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um programa semelhante ao plano Marshall, que ao final da Segunda Guerra Mundial restabeleceu a ordem econômica na Europa. O presidente lamentou o fato de, quarenta anos após a criação da Unctad, os países em desenvolvimento não terem crescido de forma satisfatória. "Enquanto isso, os países desenvolvidos triplicaram seus negócios", afirmou o presidente.
De acordo com Lula, nos últimos cinco anos, 55 países em desenvolvimento obtiveram menos de 5% de crescimento em suas economias. A renda per capita dos países mais pobres, por sua vez, continou girando em torno de US$ 260. "O desenvolvimento que queremos não é automático", disse Lula, que defendeu a adoção do Sistema Geral de Preferências Comerciais como uma forma de criar uma nova geografia comercial no mundo. "A tarefa é gigantesca para superar as desigualdades. Só o comércio não é suficiente".
O Brasil foi membro fundador da UNCTAD em 1964 e desde então tem participado ativamente de suas deliberações e discussões. Esta será a primeira vez em que o Brasil sediará uma de suas Conferências, que ocorrem a cada quatro anos. Esta reunião celebrará o 40º aniversário da Organização e será dedicada ao tema das relações entre estratégias nacionais de desenvolvimento e processos econômicos globais, a ser tratado em quatro módulos de discussão:
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estratégias de desenvolvimento numa economia globalizada;
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construção de capacidade produtiva e competitividade internacional;
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ganhos de desenvolvimento a partir de negociações comerciais internacionais; e
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parcerias para o desenvolvimento.
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