Migalhas Quentes

CNJ mantém afastado desembargador que soltou líder de grupo criminoso

Decisão foi ratificada pelo plenário do Conselho após indícios de favorecimento indevido e violação ao princípio do juiz natural

21/2/2025

O plenário do CNJ manteve o afastamento cautelar do desembargador Jefferson Alves de Assis, do TJ/BA, após constatar indícios de favorecimento indevido na concessão de prisão domiciliar a um preso de alta periculosidade.

A decisão seguiu o voto do relator, corregedor Mauro Campbell Marques, que apontou violação ao princípio do juiz natural e falta de cautela no plantão judicial.

A Corregedoria Nacional de Justiça instaurou o pedido de providências após o magistrado conceder prisão domiciliar a um suposto chefe do comando vermelho, alegando risco à integridade física do detento por problemas de saúde.

O benefício foi revogado pelo relator originário, que determinou a expedição de novo mandado de prisão e afirmou que o caso não se enquadrava no regime de plantão judicial.

CNJ mantém afastamento de desembargador por conceder prisão domiciliar a líder de organização criminosa.(Imagem: Reprodução/YouTube)

A defesa sustentou que a decisão foi fundamentada nos princípios da dignidade da pessoa humana e nos tratados de direitos humanos ratificados pelo Brasil. Argumentou ainda que o pedido de prisão domiciliar se enquadrava na resolução 15/19 do TJ/BA e que a medida visava evitar risco de vida ao detento.

No entanto, Campbell entendeu que o afastamento do desembargador era necessário para garantir a imparcialidade da investigação, citando precedentes em casos semelhantes.

O corregedor enfatizou que a decisão tomada pelo desembargador foi proferida “em descompasso das regras do plantão judicial e atravessando a relatoria de outro colega”, o que configurou interferência indevida em competência alheia.

Para o relator, a concessão da prisão domiciliar sem as devidas cautelas violou os deveres de imparcialidade, prudência e decoro da magistratura. Além disso, ressaltou que a medida adotada “beira a teratologia”, uma vez que beneficiou um preso de alta periculosidade sem urgência comprovada e sem a análise adequada pelo juízo competente.

O colegiado reafirmou que a concessão de prisão domiciliar em regime de plantão sem urgência comprovada configura violação aos deveres de imparcialidade e cautela. Assim, o afastamento foi mantido, impedindo o magistrado de exercer suas funções e frequentar as instalações do tribunal.

Leia o voto.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

CNJ mantém afastado juiz por suspeita de corrupção e venda de sentenças

12/2/2025
Migalhas Quentes

CNJ abre PAD contra desembargador por venda de decisões no TJ/SP

12/2/2025
Migalhas Quentes

CNJ: Salomão afasta desembargador do TJ/PR que atacou mulheres

17/7/2024

Notícias Mais Lidas

Advogado João Neto é preso por suspeita de agredir namorada; veja vídeo

15/4/2025

Juíza dá cinco minutos para advogada ler peça da parte contrária juntada em cima da hora

15/4/2025

Gilmar Mendes suspende ações sobre pejotização em todo o país

14/4/2025

Quem é João Neto, advogado preso por suspeita de violência doméstica

15/4/2025

NR-1: Vigência de norma sobre saúde mental no trabalho deve ser adiada

15/4/2025

Artigos Mais Lidos

A cada 7 minutos um simples Zé Eduardo se torna um juiz Edward Albert Lancelot Dodd

15/4/2025

O juízo 100% digital vs a corte Mc Donald’s

14/4/2025

Quanto tempo leva o acerto pós perícia do INSS?

14/4/2025

“A infância encarcerada”

14/4/2025

Principais aspectos da Teoria Geral dos Contratos

16/4/2025