Durante o julgamento da ADPF das Favelas no STF, o advogado Djefferson Amadeus de Souza Ferreira, representando o amicus curiae IDPN - Instituto de Defesa da População Negra, manifestou-se contra o racismo estrutural e a violência estatal que atinge o Rio de Janeiro declamando um poema.
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O causídico afirmou que o sangue das crianças não poderá servir como óleo que lubrifica o racismo praticado no país e declamou os seguintes versos, dedicados às crianças, especialmente ao jovem João Pedro, cujo sonho de advogar foi interrompido após ser morto em 18 de maio de 2020, durante a pandemia, enquanto estava na casa de seu tio no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
"O meu nome é Jeff Amadeus e eu vim aqui para lhes falar do jovem João Pedro que sonhava advogar.
Teve a vida interrompida por um Estado genocida.
Levaram o Joãozinho, podia ser um Emicida.
Ou então o Luiz Gama, maior advogado do Brasil, herói da libertação, lutou contra a escravidão.
Ou a Amílcar Cabral, herói da Guiné-Bissau, pedagogo da revolução e pai da libertação.
A Amílcar e João, viva a revolução.
E para finalizar, agora eu vou dizer, cansei de gritar presente, eu quero gritar vivo.
Povo preto vive e vira professor. Viva o João Pedro, advogado e defensor."
Veja a manifestação: