Na sessão da 6ª turma do STJ realizada nesta terça-feira, 15, o advogado que realizava sustentação oral referiu-se ao vivíssimo ministro Rogerio Schietti como “saudoso ministro Rogerio Schietti”.
A fala gerou incômodo, e é considerada controversa. Afinal, o termo “saudoso” pode ser usado para pessoas vivas?
Assista ao trecho:
Em sua essência, a palavra expressa uma saudade ou afeição profunda. Originalmente, “saudoso” era usado para alguém que despertava lembranças carinhosas, independentemente de estar vivo ou não.
Alguns dicionários de língua portuguesa, como o Houaiss e o Michaelis, trazem a definição de "saudoso" como "aquele ou aquilo que deixa saudade", sem necessariamente vincular o termo exclusivamente a pessoas falecidas.
Na prática, por sua vez, a história é outra. Com o tempo, o uso passou a ser comumente associado a alguém falecido, provavelmente por causa do sentido de perda definitiva e do respeito póstumo. O uso mais comum e consolidado é, portanto, associado a pessoas falecidas, especialmente em contextos formais.
Para evitar mal-entendidos, o conselho migalheiro é: use termos como “querido,” “recordado,” quando se trata de alguém que ainda está conosco, mas ausente fisicamente ou distante.
"Saudoso", só para quem já bateu as botas.