Migalhas Quentes

Vigilante que desligou disjuntores para dormir no trabalho tem justa causa mantida

Decisão destaca quebra de confiança e a gravidade da conduta do trabalhador, que agiu deliberadamente para evitar ser filmado.

27/9/2024

A 5ª turma do TRT da 4ª região, do Rio Grande do Sul, manteve decisão que confirmou a justa causa aplicada a um vigilante que foi flagrado dormindo durante seu horário de trabalho. A decisão, unânime, manteve sentença, e destacou a gravidade da situação, visto que o trabalhador agiu deliberadamente, inclusive desligando disjuntores no intuito de não ser filmado por câmeras de monitoramento.

O trabalhador prestava serviços para bancos e armazéns por meio de uma empresa terceirizada. Buscando reverter a dispensa por justa causa e pleiteando o pagamento de verbas rescisórias, recorreu à Justiça do Trabalho. Em sua defesa, alegou que a dispensa foi motivada por perseguições sofridas após ter feito reclamações a respeito das condições de trabalho.

No entanto, as provas apresentadas pela empresa empregadora confirmaram que o trabalhador dormiu em seu posto de trabalho durante o expediente. As imagens das câmeras de segurança do local registraram o trabalhador dormindo entre 00h30 e 4h30, tendo ele acordado apenas quando um colega de trabalho acendeu uma lanterna em seu rosto.

Além de dormir durante o trabalho, o vigilante também desligou os disjuntores do prédio com o objetivo de desativar as câmeras de segurança e evitar ser flagrado. O desligamento da energia elétrica causou a interrupção do funcionamento de motores de portões e outros sistemas.

TRT-4 mantém justa causa de vigilante que desligou desjuntores e dormiu no trabalho.(Imagem: Imagem gerada por inteligência artificial)

O juízo de 1ª instância manteve a justa causa aplicada ao empregado. Com base nas provas apresentadas, a sentença considerou que a empresa demonstrou os requisitos legais para a aplicação da penalidade, comprovando o motivo para o encerramento do contrato de trabalho. "Enquanto dormia em serviço, o reclamante não estava à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens. Ao contrário. Estava descansando no momento em que era remunerado para trabalhar."

Em recurso ao TRT, o desembargador Cláudio Antônio Cassou Barbosa, relator do acórdão, considerou que a conduta do vigilante configura desídia capaz de quebrar a confiança necessária à continuidade da relação de trabalho, requisito para a aplicação da justa causa, conforme previsto no artigo 482 da CLT.

"A conduta mostra-se ainda mais grave na medida em que o reclamante agiu deliberadamente, pois desligou os disjuntores no intuito de desligar as câmeras de monitoramento. Dada a gravidade da situação, não há necessidade de gradação de penas, razão pela qual afasto a alegação quanto à falta de proporcionalidade na aplicação da penalidade."

As desembargadoras Vania Mattos e Angela Rosi Almeida Chapper também participaram do julgamento.

As informações são do TRT da 4ª região. O número do processo não foi divulgado pelo Tribunal.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TRT-12 reverte justa causa de mineiro flagrado dormindo em expediente

29/1/2023
Migalhas Quentes

TRT-2: Motorista que dormia durante expediente tem justa causa mantida

28/1/2023
Migalhas Quentes

Tribunal afasta justa causa de vigilante que dormiu no trabalho

9/8/2021
Migalhas Quentes

Funcionária do BK que dormiu no trabalho e sofreu ataque de extintores por colegas será indenizada

22/10/2020

Notícias Mais Lidas

Locatária indenizará por morte de cavalos após soltar fogos de artifícios

2/1/2025

Lula edita decreto e define novas regras para clubes de tiro e registro de armas

2/1/2025

Juiz proíbe condomínio de manter galinhas-d’angola para controle de escorpiões

1/1/2025

Nego do Borel indenizará em R$ 146 mil por não cantar em festa de 15

2/1/2025

CMN regulamenta uso de imóvel como garantia em múltiplos financiamentos

2/1/2025

Artigos Mais Lidos

Após decisão do STJ, saiba como fica o ressarcimento dos juros de obra por parte da CEF

2/1/2025

Como minimizar os custos de arrecadação do IBS

2/1/2025

Contencioso tributário administrativo: Guia de defesa eficaz

2/1/2025

Alterações no BPC: um alerta para a necessidade de equilíbrio entre eficiência administrativa e proteção social

2/1/2025

A importância da slow medicine na saúde

2/1/2025