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Moraes manda soltar ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques

O ministro afirmou que as razões para a detenção não se sustentam mais e impôs novas condições de liberdade monitorada.

8/8/2024

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a soltura de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. Vasques estava detido há um ano, sob a suspeita de ter criado obstáculos ao deslocamento de eleitores durante o segundo turno da eleição presidencial de 2022.

Sua prisão ocorreu em agosto de 2023, no complexo penitenciário da Papuda, Distrito Federal. A prisão preventiva foi decretada por Moraes a pedido da Polícia Federal, que alegou o risco de Vasques interferir nas investigações.

Silvinei é suspeito de emitir ordens ilegais a policiais da PRF para a realização de operações que visavam dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições.

Ao determinar a soltura de Vasques, Moraes afirmou que os motivos que justificaram a prisão preventiva não se sustentam mais, considerando o progresso das investigações. O ministro determinou medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição do uso de redes sociais e a obrigação de comparecer à Justiça periodicamente.

Quando decretou a prisão, no ano anterior, o ministro destacou a gravidade das “condutas gravíssimas” atribuídas ao ex-diretor da PRF. Além de relatar a ação contra Vasques no Supremo, Moraes também presidia o TSE durante as eleições presidenciais de 2022.

Na véspera do segundo turno, o próprio ministro havia proibido a PRF de realizar operações que prejudicassem o deslocamento de eleitores. Na noite anterior à votação, Vasques publicou em seu perfil no Instagram uma mensagem em apoio a Jair Bolsonaro. A publicação foi apagada no dia seguinte, após reações negativas.

Silvinei foi preso há um ano por dificultar trânsito nas eleições de 2022.(Imagem: Antonio Augusto/MPF | Pedro Ladeira/Folhapress)

As operações investigadas tiveram como foco a Região Nordeste, onde Lula liderava as pesquisas de intenção de voto. O objetivo seria favorecer o então presidente Jair Bolsonaro, que buscava a reeleição.

Segundo dados da investigação, o efetivo da PRF no segundo turno das eleições foi maior na Região Nordeste em comparação com as outras regiões do país. No dia 30 de outubro, o efetivo empregado foi de 795 policiais, enquanto nas outras regiões foram empregados 230 na Região Norte; 381 na Centro-Oeste, 418 no Sul e 528 na Região Sudeste. O número de ônibus parados para fiscalização também superou a média em relação às demais regiões do país. No Nordeste, o total chegou a 2.185 veículos. Nos demais estados foram 310 (Norte); 571 (Sudeste), 632 (Sul) e 893 (Centro-Oeste).

A PF também encontrou no celular de uma ex-assessora do ex-ministro da Justiça Anderson Torres fotos com o mapeamento de municípios onde o presidente Lula obteve votação expressiva. São fotos de um painel intitulado "Concentração Maior ou igual a 75% - Lula".

Informações: Agência Brasil.

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