Em aula magna ministrada aos estudantes de Direito da PUC/SP, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, pediu que futuros juristas utilizem linguagem simples, mas que não exagerem na dose.
Em tom bem-humorado, o ministro exemplificou que o brocardo latino “Dormientibus non succurrit jus” (O direito não socorre aos que dormem) não poderia ser substituído pela expressão, em “bom carioquês”, “camarão que dorme, a onda leva”.
“Também não é preciso exagerar”, completou o ministro.
Confira o momento:
Nesse mesmo evento o ministro fez analogia um tanto polêmica. Ao dizer que é preciso abandonar a associação entre inteligência e vocabulário difícil, Barroso mencionou a expressão “no aforamento, havendo pluralidade de enfiteutas elege-se um cabecel ”, e completou, “É feio demais. Já temos embargos infringentes. Tem mútuo feneratício. Me perdoem, mas parece uma posição do Kama Sutra".
A adoção de uma linguagem sem "juridiquês" vem sendo uma tentativa de o Judiciário aproximar, da prestação jurisdicional, pessoas leigas.
Ministro Luís Roberto Barroso é conhecido por abominar expressões difíceis no dia-a-dia jurídico. Recentemente, durante sessão da Corte, os ministros brincaram com o “léxico proibido” do presidente do Supremo.
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Migalhas apoia a iniciativa e vem tentando auxiliar Barroso na catalogação dos termos, criando um "Dicionário de Péssimas Expressões". Diariamente, o informativo Migalhas traz expressões para integrar o léxico, presenteando leitores. Acompanhe!