Na contagem regressiva para a Black Friday, consumidores estão ansiosos por oportunidades, e o comércio, tanto de produtos quanto de serviços, se prepara para ofertas tentadoras. Uma pesquisa da NeoTrust revela que 57% dos consumidores pretendem fazer compras na data, com projeções de R$ 6,98 bilhões em faturamento para o comércio eletrônico, representando um crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior. Porém, nesta data especialistas alertam para os riscos digitais que acompanham o aumento das transações online.
De acordo com Natalia Gigante, sócia da Daniel Advogados, a busca por ofertas na internet, embora eficiente, também aumenta a exposição a contrafação e fraudes. A advogada também destaca os perigos da contrafação, que vão além dos prejuízos às marcas. Produtos falsificados podem representar sérios riscos à saúde, especialmente quando destinados a crianças e idosos.
"Os riscos associados aos produtos falsificados vão além dos danos às marcas. O detentor da marca sofre com o desvio de clientela e prejuízos à sua reputação, ao ver sua marca associada a produtos de qualidade inferior. Esses produtos, ao escaparem de qualquer controle de qualidade, podem causar danos diretos à saúde dos consumidores. Não raramente, esses itens são compostos por materiais tóxicos, apresentando um risco ainda maior quando destinados a crianças, idosos ou animais de estimação. Atenção especial também deve ser dada aos produtos eletrônicos falsificados, devido ao potencial risco de curtos-circuitos que podem resultar em incêndios.”
A especialista ainda afirma que a popularidade da Black Friday também atrai cibercriminosos, que aproveitam para criar websites falsos e realizar fraudes. Para ela, além do lucro financeiro, há também a coleta de dados do consumidor, que pode ser explorada em futuras fraudes.
“Sem dúvidas, a internet é uma ferramenta incrível para a pesquisa de preços em relação aos mais variados fornecedores, o que ajuda o consumidor a realizar melhores escolhas. Porém, é importante ter uma busca cuidadosa por páginas oficiais das marcas desejadas ou de seus distribuidores, tanto em relação aos websites, mas também em redes sociais e marketplaces. Além de observar comentários de consumidores e realizar buscas em páginas que permitem a apresentação de reclamações”, diz Natalia.
Ademais, segundo a advogada, os detentores de marcas devem adotar estratégias para coibir o uso indevido online, contando com assessoria jurídica e tecnologias para monitoramento e remoção eficaz de ameaças. Essas práticas, recomendadas durante todo o ano, exigem atenção especial em datas como a Black Friday. Assim, na garantia da segurança digital, vendedores e consumidores podem aproveitar as compras sem riscos.
Natalia preparou algumas dicas valiosas para garantir o seu produto com tranquilidade nesta data:
- Verificação de autenticidade: Certifique-se de que está acessando websites oficiais de marcas ou distribuidores. Evite links suspeitos em e-mails ou redes sociais;
- Leitura de comentários: Antes de fazer uma compra, verifique os comentários de outros consumidores sobre o vendedor ou o produto. Plataformas que permitem reclamações podem oferecer insights valiosos;
- Cuidado com ofertas muito tentadoras: Desconfie de descontos extremamente altos ou ofertas que parecem boas demais para ser verdade. Isso pode indicar produtos falsificados;
- Proteção de dados pessoais: Utilize métodos de pagamento seguros e evite fornecer mais informações do que o necessário. Desconfie de sites que pedem dados excessivos;
- Segurança online: Mantenha seus dispositivos e softwares atualizados. Use senhas fortes e diferentes para cada conta. Considere o uso de uma VPN para proteger sua conexão;
- Contrafação e produtos falsificados: Ao comprar eletrônicos, brinquedos ou produtos relacionados à saúde, certifique-se de que são de fontes confiáveis para evitar riscos à saúde.