Ministro Edson Fachin determinou à União que preste informações acerca de medidas de proteção a terras indígenas estabelecidas pelo Tribunal na ADPF 991. Também devem fornecer informações, no prazo de cinco dias, os governos dos Estados de Mato Grosso e do Pará, a Prefeitura de Colniza/MT e a Funai.
Desmatamento e grilagem
A Apib - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, autora da ação, relata situações de descumprimento das medidas cautelares definidas na ADPF, que buscavam proteger e garantir os direitos dos povos indígenas isolados e de recente contato (que mantêm contato seletivo com segmentos da sociedade).
De acordo com a associação, o povo isolado da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, em Mato Grosso, está em risco, diante do aumento do desmatamento e da grilagem em unidades de conservação que servem como zona de amortecimento ao habitat da comunidade.
Licitação
Ainda segundo a Apib, as medidas cautelares também não estariam sendo cumpridas em relação à Terra Indígena Tanaru.
A entidade também sustenta que o povo Zo’é, de recente contato, sofrerá com as consequências do lançamento de pré-edital de licitação que permite a exploração de parcelas da Floresta Estadual do Paru, no Pará, local com zona de amortecimento à terra indígena. O processo de licitação teria se dado sem consulta prévia às comunidades indígenas e suas organizações representativas.
Após o fornecimento das informações solicitadas, o ministro determinou a remessa dos autos à PGR, para que se manifeste também no prazo de cinco dias.
Veja o despacho.
- Processo: ADPF 991
Informações: STF.