Nesta segunda-feira, 18, repercutiram nas redes sociais vídeos e fotos de estudantes do curso de medicina da Unisa - Universidade Santo Amaro correndo pelados e tocando em suas partes íntimas enquanto ocorria um jogo de vôlei feminino em um evento esportivo. As imagens mostram os alunos de calça abaixada enquanto o time de vôlei feminino da Unisa jogava contra estudantes do Centro Universitário São Camilo. O episódio aconteceu em abril deste ano, mas só veio à tona agora.
Após a repercussão, a Polícia Civil informou que a DIG - Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos/SP passou a investigar o caso.
Em nota, a SSP - Secretaria da Segurança Pública de SP disse "que assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou diligências para apurar o ocorrido. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos já iniciou as investigações para o total esclarecimento dos fatos".
O ministro da Educação, Camilo Santana, também determinou que o MEC tome providências e notifique a Unisa para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio. Nas redes sociais ele postou:
“Determinei que o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), notificasse a Universidade de Santo Amaro (Unisa) para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio que envolveu estudantes do curso de medicina durante partida de vôlei feminino que fazia parte das competições da Intermed, sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas disciplinares. Repudio veementemente o ocorrido. É inadmissível que futuros médicos ajam com tamanho desrespeito às mulheres e à civilidade.”
Outro a repudiar a atitude dos estudantes foi o ministério das Mulheres. Por meio de uma postagem nas redes sociais, a pasta disse que “atitudes como a dos alunos de medicina da Unisa jamais podem ser normalizadas – elas devem ser combatidas com o rigor da lei”.
“Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. (...) Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência.”
Em parceria com o @min_educacao, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência.
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) September 18, 2023
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, também classificou o episódio como “repulsivo, indesejável e absurdo”, mas explicou que as forças de segurança nacionais só podem atuar se houver uma falha do sistema estadual.
“Essa situação tem o nosso repúdio e a nossa rejeição. Mas a atuação funcional nesse caso só pode ocorrer se a polícia estadual eventualmente ficar inerte, pois se trata de um crime entre particulares. A atribuição funcional a princípio é da Polícia Civil do Estado de São Paulo.”
Posicionamento das faculdades
Em nota, a Unisa classificou as ocorrências como gravíssimas e informou que expulsou os estudantes assim que tomou conhecimento de tais fatos, “mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições”.
Já o Centro Universitário São Camilo manifestou solidariedade e apoio às suas alunas e repudiou quaisquer atos que possam atentar contra as mulheres e a dignidade humana.
“Acreditamos que o pudor e os bons costumes devem prevalecer, especialmente quando se trata de ambientes acadêmicos, onde a formação de novos e bons profissionais é o compromisso maior com a sociedade.”