Migalhas Quentes

Poltrona de ministros do STF foi desenhada por Jorge Zalszupin

Trata-se de uma obra de arte denominada "Ambassador Versão 2", criada sob medida para o plenário da Corte.

12/1/2023

Na última terça-feira, 10, Migalhas fez uma matéria sobre o design das cobiçadas cadeiras de ministro do STF, as quais foram destruídas por estultos manifestantes de 8 de janeiro, o Dia da Infâmia.

Naquela reportagem, observamos que, embora houvesse notícia de que as poltronas seriam de autoria do polonês Jorge Zalszupin, elas guardariam grande semelhança com peças desenhadas pelo norte-americano Vincent Cafiero, em 1958. 

A confusão migalheira talvez tenha se dado pela moda do capitonné, no fim dos anos 50 e início dos 60. 

Mas nossa ventura é contar com leitores atentos e eruditos, como é o caso da migalheira Raquel Handfas Magalnic, que nos alertou para um fato, imperioso, e que fulmina a dúvida: o próprio Zalszupin conta a história de sua obra. 

Com efeito, isso se deu em 2012, em reportagem assinada por Juliana Tourrucôo, na Folha de S.Paulo.

Na época, falava-se da notoriedade que ganhou a cadeira diante dos julgamentos do Mensalão.

"Com estofado amarelo fazendo contraponto às vestes pretas dos ministros do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, a cadeira Ambassador Versão 2 está diariamente nas TVs, jornais e revistas."

Cadeira dos ministros do STF foi desenhada por Jorge Zalszupin.(Imagem: Reprodução Etel.design/Arte Migalhas)

Dizia a jornalista que, apesar de toda a exposição da cadeira, a maioria desconhece que o autor é o arquiteto e designer polonês – e cidadão brasileiro desde 1953 – Jorge Zalszupin, à época com 90 anos. 

Ao matutino, ele contou que a primeira versão foi criada nos anos 1960, tendo sido destaque da L'Atelier – fábrica de móveis de Zalszupin aberta em 1959, em São Paulo. 

"Para o Supremo, fiz uma série especial do modelo, sob medida para o local. Projetei o espaldar bem alto (71 cm) para transmitir sobriedade aos juízes que ali se sentassem." 

Quanto à cor, Zalszupin explicou que havia no estoque da fábrica apenas três grandes lotes de couro: preto, verde-musgo e amarelo-ocre. "Cores escuras iriam deixar o ambiente do Supremo muito pesado."

Em 1970, Zalszupin vendeu a L'Atelier ao Grupo Forsa, ficando responsável apenas pelo núcleo de criação da empresa. Nessa função, atendeu ao pedido das poltronas do STF, que iria passar por reforma. "Em 1976, foi planejada a ampliação do plenário", contou à Folha Marineli Moreira, responsável pela seção de arquitetura do Supremo.

Hoje, a cadeira é um clássico vintage ao lado da cadeira cubo – poltrona essa que já foi destaque em uma ala do TSE. "E há outras mais. Boa parte dos móveis do Judiciário brasileiro leva a minha assinatura", disse, na entrevista, o designer.

Outra obra conhecidíssima de Zalszupin é a mesa Pétala, uma obra de arte sem igual. Mas isso é assunto para outra matéria.  

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Quem é o designer das cadeiras dos ministros do Supremo? Eis a questão

10/1/2023
Migalhas Quentes

STF ficou destruído após invasão; veja antes e depois

9/1/2023
Migalhas Quentes

Migalhas nº 4.000: Leitor será nomeado para cadeira de ministro do Supremo

2/12/2016

Notícias Mais Lidas

Cliente e advogada são mortos a tiros no interior de São Paulo

31/10/2024

STF julgará reajuste automático do piso da educação por portaria do MEC

31/10/2024

Veículo em nome de terceiro pode ser penhorado se posse é do executado

31/10/2024

Juíza revoga medida protetiva após prints provarem versão do acusado

31/10/2024

Câmara rejeita taxar grandes fortunas; regra de impostos vai ao Senado

30/10/2024

Artigos Mais Lidos

O STF em debate - O amigo do rei

31/10/2024

Planejamento sucessório: TJ/SP afirma a legalidade de escritura pública de pacto antenupcial que prevê a renúncia recíproca ao direito sucessório em concorrência com descendentes

1/11/2024

O produtor rural e os novos impostos - A realidade tributária para o agronegócio

1/11/2024

O argumento da hipersuficiência para admitir a pejotização

1/11/2024

O uso do WhatsApp como ferramenta de comunicação profissional: Aspectos práticos e jurídicos

31/10/2024