Terminou hoje o Congresso Nacional das Sociedades de Advogados. O encerramento foi feito pelo ministro Dias Toffoli, que falou sobre “O papel da advocacia no Estado Democrático de Direito”.
Em sua fala, o ministro do STF atribuiu ao poder judiciário o papel de zelar por uma sociedade livre do ódio e das narrativas extremistas. "Nós que somos agentes do poder judiciário não podemos permitir que o ódio e as extremidades dominem. Temos que construir uma sociedade de paz."
Para ele, a legalidade do estado democrático de direito, concebida pela constituição, é absolutamente inegociável, sendo o judiciário responsável por amenizar as animosidades com sensibilidade, urgência, responsabilidade e compromisso.
"Não é fácil ser magistrado nos dias de hoje. Não é fácil zelar pelas regras do jogo e pela segurança. Mas o judiciário brasileiro, no balanço desses 34 anos da constituição federal, particularmente o Supremo Tribunal Federal, mais acertou do que errou."
Toffoli afirmou ainda que o sistema de justiça brasileiro sai fortalecido nesses embates pelos quais passou recentemente, mesmo com as intervenções e com a alta exposição. Segundo ele, essa exposição que não foi buscada, mas é resultado de uma realidade social complexa na qual os atores sociais políticos buscam abrigo na liberdade de expressão para cometer abusos. "O grande desafio que nós vivemos hoje é o desafio das narrativas. É o desafio de trabalhar em cima de conceitos que sejam sólidos, racionais e científicos."
Organizado pelo CESA - Centro de Estudos das Sociedades de Advogados e pelo Sindicato das Sociedades de Advogados dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Sinsa), o evento reuniu em SP centenas de participantes, entre juristas, membros do Judiciário, advogados de escritórios e integrantes de departamentos jurídicos das maiores empresas do Brasil.
Dentre os principais temas que estiveram no centro dos debates destacam-se o novo modelo de trabalho na advocacia pós-pandemia, o uso de novas tecnologias, a digitalização do Judiciário, inteligência artificial, a tributação dos escritórios de advocacia, o impacto do ESG nas bancas e a diversidade de gênero e de raça nos escritórios.