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Restaurante que não comunicou interdição indenizará aniversariante

O consumidor escolheu o local para celebrar o aniversário e foi informado sobre a interdição no dia do evento.

18/9/2022

A 2ª turma recursal dos Juizados Especiais Cíveis do DF manteve sentença que condenou o Café De La Musique Beira Lago pelo atraso na comunicação sobre o fechamento pelo Poder Público. O consumidor escolheu o local para celebrar o aniversário e foi informado sobre a interdição no dia do evento. 

Narra o autor que comprou 41 ingressos para que ele e os convidados tivessem acesso ao estabelecimento, que começaria a funcionar às 15h. Conta que, no dia do evento, foi informado por terceiros que o restaurante havia sido interditado por descumprir os protocolos sanitários para combater a disseminação da covid-19.

Relata que o réu só enviou e-mail informando a “esperança” de uma decisão para reabertura do local por volta das 16h. Segundo o autor, o e-mail com a informação de que o restaurante não abriria só foi enviado às 18h54. Pede a condenação do réu pelos danos morais e materiais. 

Decisão do 4º JEC de Brasília condenou o réu a devolver o valor pago e a indenizar o autor pelos danos morais. O réu recorreu sob o argumento de que apenas cumpriu determinação do Poder Público quanto ao fechamento do local, motivo pelo qual não pode ser responsabilizado. Alega ainda que não há dano moral a ser indenizado.

Restaurante que não comunicou interdição indenizará aniversariante.(Imagem: Divulgação)

Ao analisar o recurso, a turma observou que as provas do processo demonstram que o réu só noticiou o fechamento do estabelecimento, após iniciada a abertura, no dia do evento. Para o colegiado, houve falha na comunicação por parte do réu, que deve ressarcir os valores pagos pelos ingressos. 

Quanto ao dano moral, a turma pontuou que, embora o vício no serviço, por si só, não repercuta nos direitos de personalidade, o autor tem direito a indenização. O colegiado lembrou o autor comprou os ingressos para que pudesse comemorar o aniversário e que "o atraso na informação quanto à interdição do local pelo Poder Público (...) frustrou a legítima expectativa do autor, que precisou procurar novo local para realizar a comemoração.” 

"Os fatos superaram o mero dissabor da vida cotidiana e causaram inegável abalo emocional decorrente dos aborrecimentos e expectativas frustradas, gerando lesão aos direitos da personalidade, atraindo o direito à reparação dos prejuízos morais experimentados pelo consumidor.” 

Dessa forma, a turma manteve a sentença que condenou o estabelecimento a pagar ao autor a quantia de R$ 3 mil a título de danos morais. O réu terá ainda que ressarcir ao autor a quantia de R$ 3.280.

Informações: TJ/DF.

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