Migalhas Quentes

Mendonça atende governo e derruba regras do Confaz de ICMS do diesel

Ministro derrubou duas cláusulas por considerar que violam dispositivos constitucionais, em especial o princípio da uniformidade.

14/5/2022

O presidente da República, Jair Bolsonaro, questionou no STF cláusulas de convênio do Confaz - Conselho Nacional de Política Fazendária que, ao disciplinar a incidência única de ICMS sobre óleo diesel e definir as alíquotas aplicáveis, autorizaram os Estados a equalizar a carga tributária, por litro de combustível, pelo período mínimo de 12 meses.

A ação foi distribuída ao ministro André Mendonça, que rapidamente deferiu liminar, urgência que se justificou em razão da proximidade da vigência do novo modelo, explicou o relator.

Ministro André Mendonça suspende normas do Confaz sobre ICMS do diesel.(Imagem: Nelson Jr./SCO/STF)

Sistema disfuncional

A AGU sustenta que a aprovação do convênio ICMS 16/22 poucos dias após a promulgação da LC 192/22, que prevê a cobrança de alíquota única do imposto sobre gasolina, etanol e diesel, entre outros combustíveis, “causou perplexidade”, pois dá continuidade a um “sistema de tributação disfuncional, federativamente assimétrico e injustamente oneroso para o contribuinte”.

De acordo com a argumentação, disparidades muito drásticas nas alíquotas sobre combustíveis fomentam a sonegação e dificultam o trabalho da arrecadação tributária, em detrimento do interesse dos próprios Estados.

Para a AGU, o convênio contemplou uma maneira inovadora de diferenciação de alíquotas de um mesmo produto entre os Estados e o Distrito Federal. "Na prática, a regra possibilita que cada ente federativo adote sua própria alíquota de ICMS", argumenta. Como exemplo, cita que a aplicação do fator de equalização fará com que, no Acre, o óleo diesel tenha tributação 89,5% superior à do Paraná, esvaziando a alíquota fixa nacional (alíquota ad rem).

Decisão

O ministro André Mendonça suspendeu a eficácia de duas cláusulas do convênio do Confaz, por considerar que violam os dispositivos constitucionais apontados pelo governo Federal, em especial o princípio da uniformidade, em razão do estabelecimento do fator de equalização.

A liminar deverá ser submetida a referendo do plenário.

O ministro requisitou, com urgência e prioridade, informações ao Confaz, à Câmara dos Deputados e ao Senado, a serem prestadas no prazo de cinco dias. Em seguida, determinou a abertura de vista dos autos ao AGU e ao PGR, pelo prazo de cinco dias, para que se manifestem.

Leia a decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Justiça autoriza posto de combustível a funcionar sem frentista

9/5/2022
Migalhas de Peso

LC e alíquota uniforme do ICMS incidente sobre os combustíveis

14/4/2022
Migalhas Quentes

Bolsonaro sanciona projeto da cobrança única de ICMS de combustível

12/3/2022

Notícias Mais Lidas

TJ/MG revoga liminar e veta transfusão em paciente testemunha de Jeová

15/7/2024

Herdeiros que ocupam imóvel exclusivamente devem pagar aluguel

16/7/2024

OAB/SP divulga nova tabela de honorários com 45 novas atividades

15/7/2024

TJ/BA anula sentença após juiz dizer que "lugar de demônio é na cadeia"

15/7/2024

Litigância predatória: Juiz extingue ação por captação ilícita de clientes

15/7/2024

Artigos Mais Lidos

Inteligência artificial e Processo Penal

15/7/2024

Partilha de imóvel financiado no divórcio

15/7/2024

Advogado, pensando em vender créditos judiciais? Confira essas dicas para fazer da maneira correta!

16/7/2024

Você sabe o que significam as estrelas nos vistos dos EUA?

16/7/2024

O setor de serviços na reforma tributária

15/7/2024