Migalhas Quentes

Clientes barradas em cruzeiro por extrapolar vagas serão indenizadas

Colegiado concluiu que a empresa transmitiu informação errônea e equivocada, no sentido de que tudo estaria certo com a cabine.

22/4/2022

A 31ª câmara de Direito Privado do TJ/SP condenou duas empresas a indenizar clientes que compraram pacote de cruzeiro marítimo, mas foram impedidas de embarcar. Segundo o colegiado, as empresas poderiam ter envidado esforços para negociar com as consumidoras uma alternativa de prestação de serviços ou até mesmo para evitar o desgaste da viagem e da frustração sofrida.

A decisão fixou os danos morais em R$ 8 mil para cada coautora, além do ressarcimento das despesas com alimentação e hospedagem, no valor de R$ 423,90.

Clientes impedidas de embarcar em cruzeiro têm direito a indenização.(Imagem: João Batista Natali/Folhapress)

De acordo com os autos, duas amigas adquiriram o pacote temático, em comemoração aos 30 anos de carreira de uma famosa dupla sertaneja. Ambas confirmaram as reservas, deslocaram-se de São José dos Campos a Santos, apresentaram cartão de vacinação e teste negativo para covid-19, conforme exigido. No entanto, não conseguiram embarcar, pois a cabine foi cancelada pela limitação de ocupação de 75% da embarcação no período da pandemia.

A empresa, por sua vez, alegou a chamada “teoria do fato do príncipe”, pretendendo justificar o inadimplemento em razão de caso fortuito ou de uma força maior, caracterizada por um ato estatal, porque a Anvisa teria imposto o limite de 75% da capacidade do navio.

Na origem, o juízo condenou as empresas a indenizar as clientes ao pagamento de danos morais em R$ 8 mil para cada coautora e ressarcimento das despesas com alimentação e hospedagem, no valor de R$ 423,90. Inconformadas, as empresas recorreram da decisão.

Logística das empresas

Ao analisar o caso, a desembargadora Rosangela Telles, relatora, pontuou que o dever de indenizar corresponde à ausência de informação e de logística das empresas. Destacou, ainda, que a empresa “transmitiu informação errônea e equivocada, no sentido de que tudo estaria certo com a cabine”.

“É certo que a recorrente poderia ter envidado esforços para negociar com as consumidoras uma alternativa de prestação de serviços ou até mesmo para evitar o desgaste da viagem e da frustração sofrida.”

Ademais, a relatora asseverou que não é possível reconhecer que o resultado danoso se deveu exclusiva e determinantemente à edição do despacho administrativo de contenção de circulação em embarcações marítimas. “O elemento essencial caracterizador do dever de indenizar corresponde à desídia informacional, operacional e logística da própria apelante”, concluiu a desembargadora.

Nesse sentido, o colegiado, por unanimidade, negou o recurso para manter a condenação das empresas.

Leia o acórdão

Informações: TJ/SP.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Justiça condena empresas de cruzeiros marítimos por danos existenciais

17/4/2022
Migalhas Quentes

Família que não realizou viagem de cruzeiro por problemas no navio será indenizada

10/8/2020
Migalhas Quentes

MSC Cruzeiros pagará indenização por discriminar criança com Down

24/2/2017

Notícias Mais Lidas

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

Em Júri, promotora acusa advogados de seguirem "código da bandidagem"

19/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024

O SCR - Sistema de Informações de Crédito e a negativação: Diferenciações fundamentais e repercussões no âmbito judicial

20/11/2024