Estamos na semana do Dia Internacional da Mulher, uma data de reflexão acerca das lutas e conquistas das mulheres na sociedade. De que forma, então, os escritórios de advocacia podem estimular a presença das mulheres no Direito e no ambiente de trabalho?
O escritório Demarest Advogados tem pensado sobre o tema e adotado planos efetivos: um deles é a licença-maternidade e paternidade estendidas. Para as colaboradoras da banca, o período de licença passou a ser de 6 meses. Para os homens, são 20 dias.
De acordo com Luciana Tornovsky, head da área de Responsabilidade Social Corporativa, o escritório adotou a prática de ser uma “empresa cidadã”.
“quando a mulher se torna mãe, realmente muda uma ‘chave’ na sua vida, ela passa por um processo como se fosse um ‘nó psicológico’ ao ter que encarar uma nova realidade: como vai se dividir entre o trabalho, a casa e o filho?”
Outra medida implementada no escritório foi a criação de uma sala de amamentação. A especialista conta que a sala é muito utilizada: “serve para estimular e mostrar às nossas colaboradoras que somos favoráveis à premissa que todos têm uma vida pessoal e que devem ser feliz e realizados e realizadas no âmbito pessoal”, disse.
“Isso é muito importante porque o que a gente quer é pessoas felizes, que trabalhem assim, dessa forma. Há estudos que comprovam que ambientes mais felizes são mais inovadores e trazem resultados de impacto até na produtividade.”
Programa de mentoria
Outra iniciativa do escritório é o programa de mentoria, que primeiramente foi implementado entre as advogadas seniores da banca, nível que é um passo anterior ao de se tornar sócia.
Luciana Tornovsky destaca que, nessa etapa, muitas mulheres acabam desistindo ou pensam que nunca vão chegar aos cargos de liderança. “Então, esse programa de mentoria tem como objetivo mostrar e capacitar as profissionais no sentido de que essas mulheres acreditem e tenham coragem de percorrer esse caminho”, afirmou.
De acordo com a especialista, essa iniciativa da mentoria é realizada de forma paralela a um programa de diversidade e inclusão social, voltado para a diversidade de gênero, outro ponto extremamente relevante para se avançar no tema.
Romper barreiras
Bruna Gallo, coordenadora de Responsabilidade Social e Diversidade e Inclusão do escritório, afirma que para estimular a presença de mulheres, é preciso romper as barreiras materiais que existem e as barreiras subjetivas, “ou seja, é preciso entender o que as mulheres precisam e quais são as suas reais dificuldades”.
A advogada registra que é até possível ter boas práticas de diversidade e inclusão, fazer trocas de experiência, “mas a questão está muito voltada também para as realidades de cada uma”. Assim, a especialista destacou que é importante que os escritórios ouçam as mulheres, trabalhem junto com elas para construir soluções para os problemas que enfrentam.
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