Como se sabe, nesta terça-feira, 10, aconteceu em Brasília um desfile militar que, segundo a Marinha, tinha como objetivo entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro para um treinamento que é realizado há 33 anos. O evento, porém, coincidentemente ocorreu no mesmo dia em que foi votada a PEC do voto impresso, ideia fortemente defendida por Bolsonaro e rejeitada pelos deputados.
Ontem, Migalhas já alertava para o que estava por vir. Veja a nota “Banana's Republic”:
E foi exatamente o que aconteceu. Jornais estrangeiros repercutiram o tal desfile militar e condenaram a atitude do presidente.
O jornal londrino chamou o Brasil de “república das bananas de Bolsonaro” e disse que o envio de veículos de combate às ruas da capital para um raro desfile militar foi visto como uma tentativa desastrada de projetar força.
O The Guardian cita a jornalista política Thaís Oyama, que afirmou que o evento é uma “tentativa óbvia e explícita de Bolsonaro de mostrar que as Forças Armadas estão do seu lado”.
“A única língua que ele fala é a provocação. A única coisa que ele entende são ameaças e caos. Ele está obcecado em demonstrar que as Forças Armadas estão do seu lado.”
A Reuters, por sua vez, salientou que políticos de todos os matizes consideraram o desfile de tanques da Marinha como uma forma de intimidação, horas antes de os deputados votarem uma emenda constitucional apoiada por Bolsonaro.
O veículo de comunicação estadunidense também repercutiu o assunto e disse em sua manchete: “exibição militar chega à capital do Brasil antes de votação tensa”.
Assim como a Reuters, o jornal citou que o desfile parecia uma tentativa de “intimidar os oponentes do presidente que muitas vezes elogiou a ditadura militar anterior do país”.