Câmara rejeita e arquiva PEC do voto impresso
Foram 229 votos favoráveis, 218 contrários e 1 abstenção.
Da Redação
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Atualizado às 07:21
O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a PEC do voto impresso (135/19) com 229 votos favoráveis, 218 contrários e 1 abstenção. Como não atingiu o mínimo de 308 votos favoráveis, o texto será arquivado. Neste mês, a comissão especial da Câmara já tinha rejeitado a proposta, mas Lira pautou ao plenário para "pôr fim à discussão".
A proposta rejeitada, de autoria da deputada Bia Kicis, determinava a impressão de "cédulas físicas conferíveis pelo eleitor" independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.
Após a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, agradeceu aos deputados pelo comportamento democrático. "A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a este assunto e, na Câmara, espero que este assunto esteja definitivamente enterrado", afirmou.
A votação desta terça-feira é a terceira derrota do voto impresso na Câmara, já que o tema foi rejeitado em duas votações na comissão especial na semana passada.
O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos, também afirmou que o debate do voto impresso precisa ser superado. "O brasileiro precisa de vacina, emprego e comida na mesa. A Câmara precisa virar esta página para tratar do que realmente importa para o País", declarou.
Desfile militar
Deputados aproveitaram ainda a sessão para criticar o desfile de tanques e armamentos das Forças Armadas patrocinado pelo governo e interpretado por muitos como tentativa de intimidação do Parlamento.
O deputado Camilo Capiberibe afirmou que há uma agenda do governo contra a democracia.
"Hoje o que nós vimos foi uma demonstração patética de fraqueza do presidente, usando e expondo as Forças Armadas à chacota pública nas redes sociais e na mídia internacional: a 'tanqueata' com seus tanques enfumaçados, aquela cortina de fumaça. Aquela cortina de fumaça não vai passar. Nós vamos aqui botar um ponto final."
Para o líder do PDT, deputado Wolney Queiroz, se tratou de uma manobra diversionista do governo Bolsonaro.
"Colocar tanque na rua, como Bolsonaro fez, é muito fácil, mas é difícil acabar com o desemprego, vacinar a população, diminuir o preço do gás de cozinha, pagar um auxílio emergencial. E pasmem: a pauta do Brasil é o voto impresso."
Já o deputado Carlos Jordy minimizou os impactos do desfile militar da Operação Formosa. "Essa operação ocorre desde 1988. Para que tanto medo dos militares? Os militares não me constrangem", disse.
Fonte: Agência Câmara de Notícias.