“Os Poderes da República são harmônicos e independentes. O que se espera? Se espera entendimento, se espera temperança, compreensão. E não está havendo.” Foram essas as palavras do ministro aposentado do STF Marco Aurélio Mello ao comentar os frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro à Suprema Corte e seus membros.
Em entrevista exclusiva ao Migalhas, o ministro pontua que o chefe do Executivo "se mostra um tanto quanto saltitante. E ele é tinhoso nas colocações. E aí, parte para uma crítica descabida, que é uma crítica exacerbada" – o que é ruim para a democracia, para a República e para o fortalecimento das instituições, finaliza.
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Impeachment
Questionado sobre se as declarações poderiam configurar crime de responsabilidade, o ministro afirmou que o julgamento do presidente da República é essencialmente político, e que só o Congresso poderia admitir uma acusação, mas deixou claro que é contra impeachment.
“Eu não sou favorável a apear-se dirigentes da cadeira ocupada. Eu sou favorável a cumprir-se o mandato, aguardar-se o término do mandato, e aí o nome ser submetido aos julgadores maiores. Quem são? Os eleitores. Que ele se apresente em 2022. Se os eleitores quiserem que ele continue, e continue nessa toada, porque ele não vai modificar, é só votar nele, ou então eleger outro."
