Diante do comunicado de que o senador Chico Rodrigues irá tirar licença de 121 dias do cargo, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso suspendeu os efeitos de sua decisão de afastamento temporário do parlamentar.
A licença foi concedida pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre.
Na decisão de Barroso, foi mantida a cautelar em relação à proibição de contato do senador com outros investigados.
O ministro explica, todavia, que "não mais se torna necessária a submissão imediata da matéria ao Plenário" e que "a licença requerida pelo Senador e deferida pelo Presidente do Senado produz os efeitos" da decisão que afastou temporariamente o mandato parlamentar, de modo que "o investigado não poderá se valer do cargo para dificultar as apurações e continuar a cometer eventuais delitos”.
O senador Chico Rodrigues é suspeito de fraude e indevida dispensa de licitações, de peculato e de integrar organização criminosa voltada ao desvio de recursos federais destinados ao combate da pandemia.
Na semana passada, quando se deu a busca e apreensão em sua casa, autorizada pelo ministro Barroso, o senador enfiou pacotes de dinheiro na cueca, transformando-se imediatamente em mais um caso folclórico da política nacional.
Na decisão de agora, o ministro Barroso pontua que foram colhidos diversos indícios de participação do senador nos delitos apontados, sem deixar de mencionar que ele tentou, baldadamente, "esconder mais de R$ 30 mil em suas vestes íntimas".
Barroso, todavia, deixa claro que proibiu expressamente a divulgação dos vídeos nos quais aparece a cueca vermelha do senador, de maneira a não o expor a situações de constrangimento.
Constrangimento, queremos crer, não pela cor da cueca (que, convenhamos...), mas sim pela vexatória cena de sair dinheiro das nádegas de um representante de um Estado.
Processo: Pet 9.218
Veja a decisão.