A força-tarefa da Lava Jato, comandada pelo procurador Deltan Dallagnol, veio a público, em nota oficial, repudiar “as noticiadas tentativas de interferência” de Bolsonaro na PF – fato que levou à saída de Sergio Moro do comando do ministério da Justiça.
Na nota, os integrantes do parquet sustentam: “É inconcebível que o Presidente da República tenha acesso a informações sigilosas ou que interfira em investigações.”
- Veja abaixo.
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Os procuradores da República integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato do MPF no Paraná vêm a público manifestar repúdio às noticiadas tentativas de interferência do Presidente da República na Polícia Federal em investigações e de acesso a informações sigilosas.
1. A operação Lava Jato demonstra que o trabalho do Estado contra a corrupção exige instituições fortes, que trabalhem de modo técnico e livre de pressões externas nas investigações e processos.
2. Assim, a escolha de pessoas para cargos relevantes na estrutura do Ministério da Justiça e da Polícia Federal deve ser impessoal, guiada por princípios republicanos e jamais pode servir para interferência político-partidária nas investigações e processos.
3. Da mesma forma, as investigações devem ser protegidas de qualquer tipo de ingerência político-partidária. É inconcebível que o Presidente da República tenha acesso a informações sigilosas ou que interfira em investigações.
4. A tentativa de nomeação de autoridades para interferir em determinadas investigações é ato da mais elevada gravidade e abre espaço para a obstrução do trabalho contra a corrupção e outros crimes praticados por poderosos, colocando em risco todo o sistema anticorrupção brasileiro.