Nesta semana, entre os dias 25 a 28/11, uma comitiva brasileira desembarca na Itália para uma missão comercial. A iniciativa, promovida pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, em parceria com Mourão Campos, Fernandez, Cargnin e Zanatta Sociedade de Advogados entre outros escritórios de advocacia e empresas, tem como objetivo apresentar o Brasil como um mercado de oportunidades a investidores italianos. A ocasião marca, inclusive, o lançamento da publicação "Guida Giuridica per la opportunitá d’affari in Brasile", um guia que traz orientações sobre como fazer negócios no Brasil.
A missão irá percorrer quatro grandes centros econômicos da Itália, começando hoje em Milão, e reúne alguns dos principais escritórios de advocacia do país e potenciais investidores para o mercado brasileiro. "Nosso intuito é mostrar que o Brasil está preparado para receber investimentos estrangeiros, estando em seu melhor momento econômico desde 2014. Estamos extremamente otimistas com os próximos anos", explica Felipe Cargnin, sócio da banca.
Amanhã, o encontro acontece em Bolonha, região de forte vocação industrial, sobretudo na produção de maquinário e alimentos.
Dia 27, a comitiva segue para a capital italiana, onde o lançamento do Guia será realizado em um evento realizado no Palácio Pamphilj, sede da embaixada brasileira em Roma. Felipe Cargnin explica que a publicação – sob o aspecto legal – é um documento completo para o investidor que pretende iniciar um empreendimento no Brasil. "O Guia aborda os conceitos de responsabilidade legal, os riscos para o descumprimento dessas instituições, os modelos de organizações de negócios, a legislação anticorrupção e de compliance e a essencialidade da representação legal em um negócio no Brasil", detalha.
A missão se encerra no dia 28/11, em Napoli, um dos principais centros de engenharia aeroespacial da Europa.
Itália e Brasil: relação longeva
Com forte presença no Brasil desde o século XIX, a colônia italiana participou ativamente de todo o processo de transformação da economia brasileira no período pós-república. "Inicialmente como lavrador, depois como operário, o imigrante italiano sempre enxergou o Brasil como uma terra de oportunidades. Depois, no século XX, passaram a exercer papeis de protagonismo, sobretudo no período de industrialização do país", explica Vicente Bagnoli, presidente do Comitê Jurídico da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio.
Já no início dos anos 2000, com a economia brasileira em expansão, pequenos empresários passaram a procurar o Brasil como destino de investimento como forma de driblar a crise europeia do período, instalando-se, sobretudo, na cadeia do turismo e pequenas fábricas.
Novos investidores
No entanto, o empreendedor que vem hoje ao Brasil para criar um negócio e manter relações de longo prazo com o país já chega com um planejamento e um projeto devidamente estruturado. Para Cargnin, é exatamente esse perfil de empresário que necessita de respaldo jurídico para que possa implantar um negócio com segurança, em conformidade com a Legislação Brasileira e as melhores práticas de compliance.
A indústria italiana está muito presente em toda a cadeia de negócios da economia brasileira: no vestuário, no setor alimentício, no mercado automobilístico, nas telecomunicações, no segmento de energia entre outros. "A Itália é um grande parceiro comercial do Brasil e essa relação tem se intensificado com as mudanças na agenda econômica e fiscal" aponta Bagnoli.
De acordo com as estimativas da Embaixada da Itália no Brasil, os investimentos de grupos italianos no mercado brasileiro se dividem predominantemente em indústria da transformação (33,6%), nos setores de informação e das telecomunicações (28%), nos setores de energia elétrica e gás (14,9%) e mercado financeiro (9,2%). A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura aponta que estão instaladas no Brasil cerca de 972 empresas, sendo 90% delas nas regiões Sul e Sudeste.