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Brasil e Índia reafirmam parceria estratégica

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13/9/2006

 

Unidos

 

Brasil e Índia reafirmam parceria estratégica

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, reafirmaram ontem (12/9), durante encontro em Brasília, que os dois países querem estabelecer uma parceria estratégia e vão continuar atuando juntos em temas relacionados à OMC e à reforma do Conselho de Segurança da ONU.

 

“Eu disse ao presidente Lula que a Índia vai apoiar todos os esforços para garantir uma transformação qualitativa em nossas relações bilaterais e sua elevação para uma parceria estratégica”, afirmou o primeiro-ministro indiano numa cerimônia de assinatura de atos de cooperação entre os dois países no Palácio da Alvorada, onde foi recebido por Lula.

 

O presidente brasileiro lembrou que já anunciou que daria prioridade à relação sul-sul desde o início do governo, especialmente com a Índia, e que os dois países já estão juntos em vários organismos internacionais e têm afinidades e interesses em comum.

 

Lula disse que Brasil e Índia fazem parte de uma comunidade que inclui ainda China, África do Sul e Argentina. Países que, segundo ele, resolveram levantar a cabeça e dizer ao mundo: “Nós queremos negociar, nós queremos comprar, nós queremos vender, mas o que nós queremos de verdade é que o mundo dos negócios e do comércio seja mais justo”.

 

Lula ressaltou a coincidência de posições dos dois países na reforma do Conselho de Segurança da ONU (onde formam, junto com Alemanha e Japão, o G4, um bloco que reivindica assentos permanentes no órgão) e na criação do G20, para as negociações da Rodada Doha da OMC.

 

O bloco, segundo ele, “modificou as dinâmicas negociações comerciais e consolidou os países em desenvolvimento como interlocutores indispensáveis para o avanço da Rodada Doha. Passamos a falar de igual para igual com os países mais ricos”.

 

Uruguai

 

A afirmação de unidade nas negociações comerciais acontece dois dias após a reunião do G20 no Rio de Janeiro, no fim de semana, quando havia o temor de que os dois países, com interesses diferentes em agricultura, poderiam rachar o bloco que foi criado justamente para negociar a posição dos países em desenvolvimento contra os subsídios agrícolas dos países ricos.

 

O primeiro-ministro indiano disse que Índia e Brasil têm uma longa tradição de cooperação em fóruns internacionais e que estão unidos nos desejos de uma conclusão bem sucedida da Rodada Doha.

 

Lula também aproveitou para dar uma "indireta" ao Uruguai, que na semana passada pediu autorização ao Mercosul para negociar um acordo comercial com os Estados Unidos. O presidente afirmou que desde 2003, quando disse que queria mudar a geografia econômica e comercial do mundo, muito foi conseguido, mas não tudo. “Certamente não será fácil. Porque temos parceiros que pensam diferente, temos adversários, temos gente que quer negociar com outros de forma privilegiada e não conosco”, afirmou.

 

Comércio bilateral

 

Lula e Singh também destacaram o aumento do comércio bilateral nos últimos anos: de US$ 500 milhões em 2002 para US$ 2,3 bilhões no ano passado. “Nosso potencial é ainda muito maior. Vamos trabalhar para aproximar ainda mais nossos setores empresariais e para equilibrar e diversificar nossa balança comercial”, afirmou Lula.

 

Uma comitiva de cerca de 60 empresários e executivos acompanha o primeiro-ministro indiano na visita ao Brasil.

 

Vários acordos fora assinados nesta terça-feira, entre eles um entre a Petrobras e uma empresa petrolífera indiana para exploração de petróleo e gás no Brasil e na Índia, além de outros países.

 

Brasil e Índia também vão fazer um acordo para o desenvolvimento da produção e do mercado de etanol na Índia. Alguns estados indianos já usam 5% de mistura de etanol na gasolina, e a proporção deve aumentar e ser ampliada para a maioria dos estados nos próximos meses.

 

Nesta quarta-feira, Lula recebe também o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, para a primeira reunião de cúpula do G3, criado em 2003 para promover a concertação política entre estes países e tentar aumentar a influência dos países em desenvolvimento.

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