Migalhas Quentes

MPF defende aplicação da lei Maria da Penha em caso de menina violentada pelo pai

Ela Wiecko pede no STJ a revisão do entendimento de que crime seja processado e julgado pelo juízo da vara Criminal comum.

14/2/2019

A subprocuradora-Geral da República Ela Wiecko apresentou agravo regimental ao STJ no qual pede a reconsideração de decisão monocrática que determinou que o crime de estupro cometido por pai contra a filha menor de idade deveria ser processado e julgado pelo juízo da vara Criminal comum e não pelo Juizado Especial instituído pela lei Maria da Penha (11.340/06).

A decisão monocrática, do ministro Saldanha Palheiro, negou provimento a recurso especial apresentado pelo MP/RJ, que defende a tese de violência contra a mulher e, portanto, a competência de Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processamento do caso.

Palheiro concluiu que "para que a competência dos Juizados Especiais de Violência Doméstica seja firmada, não basta que o crime seja praticado contra mulher no âmbito doméstico ou familiar, exigindo-se que a motivação do acusado seja de gênero, ou que a vulnerabilidade da ofendida seja decorrente da sua condição de mulher”. Ainda de acordo com ele, a situação não se compatibiliza com o caso em questão, sendo "inequívoco que essa condição decorre, precipuamente, da tenra idade da criança violentada".

Fenômeno multicausal

Para Ela Wiecko, a violência de gênero é fenômeno multicausal, que só pode ser explicado a partir de um conjunto de fatores diversos.

"A violência praticada pelo genitor contra a filha, no âmbito doméstico, demonstra, ao menos, a existência de coabitação, de proximidade, de autoridade e de dominação, que, para além de serem características da relação de paternidade, são, também, marcos da estrutura de gênero socialmente estabelecida."

Portanto, evidenciada a violência baseada no gênero, defende a competência do juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher para o processamento do feito.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Medida protetiva é concedida para tia que teria sido ameaçada por sobrinha

11/2/2019
Migalhas Quentes

Concedida medida protetiva para irmã se proteger do irmão no Acre

8/2/2019
Migalhas de Peso

12 anos da Lei Maria da Penha

5/9/2018
Migalhas Quentes

Lei Maria da Penha protege transexual que não realizou cirurgia de mudança de sexo

13/5/2018
Migalhas de Peso

Descumprimento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha

22/4/2018
Migalhas Quentes

Aplicação da lei Maria da Penha é desigual no Brasil

7/3/2018
Migalhas Quentes

Vítimas de violência doméstica devem ser atendidas por policiais mulheres

9/11/2017

Notícias Mais Lidas

Juiz decide manter prisão preventiva e preso destrói sala de audiência

3/7/2024

Estudante de medicina que desviou R$ 927 mil de formatura é condenada

2/7/2024

Magistrado condenado por violência doméstica critica feminismo: "estão loucas atrás dos homens"

4/7/2024

Após avaliar esforço do advogado, TJ/GO fixa honorários de R$ 50 mil em causa milionária

2/7/2024

Lei introduz mudanças na cessão de direitos creditórios e no CTN

3/7/2024

Artigos Mais Lidos

Condomínios e porte de drogas para uso pessoal: O que muda com a mais recente decisão do STF

2/7/2024

Alterações do instituto da tutela específica: O novo parágrafo único do art. 499 do CPC

3/7/2024

E, no final, a Selic venceu: Alteração no CC passa a dispor sobre atualização monetária e juros

3/7/2024

Afastamento da prescrição total reconhecida pelo TRT-1

3/7/2024

Goodwill e dissolução de sociedades na jurisprudência do TJ/SP

2/7/2024