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Do Direito à poesia: Vencedor do Jabuti fala sobre caminhos entre literatura e o mundo jurídico

Vencedor do prêmio Jabuti de 2017 pela coletânea de poemas chamada “Identidade”, Daniel Francoy comenta sobre sua carreira jurídica.

16/1/2019

Foi no município de Brodowski, interior de São Paulo, que Daniel Francoy, funcionário do fórum da cidade, se inspirou para colocar no papel seu olhar literário. Vivendo entre os diferentes universos da carreira jurídica e da literatura, o escritor conta ao Migalhas as entrelinhas da história que o levou a ser vencedor do prêmio Jabuti de 2017 pela coletânea de poemas intitulada "Identidade".

História

Daniel é graduado em Direito e, em 2009, passou no concurso do TJ/SP para escrevente técnico judiciário. Nesse tempo, trabalhou em algumas cidades: Franca, Pontal e Brodowski, lugar em que trabalha atualmente. Com o tempo, Francoy passou a atuar em audiências como escrevente de sala, sendo nomeado assistente judiciário em 2013.  O escritor conta que dois anos depois, ainda nesta posição, acompanhou a juíza que é titular da comarca de Brodowski, alcançando a posição de supervisor de serviço do Juizado Especial Cível e Criminal até hoje.

Durante a graduação, Daniel conta que conciliou os estudos com leituras e os primeiros poemas. Com o tempo, foi estabelecendo contatos literários no Brasil e em Portugal. Na escrita fora da sala de aula, Francoy colaborou com alguns sites e só foi a partir de 2010 que deu um “upgrade”, em suas próprias palavras: seu primeiro livro - Em Cidade Estranha - foi lançado em Lisboa.

Após o primeiro lançamento, Daniel continuou colaborando com sites e revistas. Em 2015, teve novo livro publicado em Portugal, chamado "Calendário". No ano seguinte, Daniel publicou seu livro de poemas – Identidade -, o qual rendeu uma ótima estreia: conseguiu ser um dos vencedores do prêmio Jabuti de 2017 na categoria de poesia.

No final de 2018, Daniel publicou "A Invenção dos Subúrbios", seu segundo livro no Brasil, que trata de um olhar diferente e poético de quem mora em uma cidade do interior. 

"Lugar não-literário"

Em entrevista ao jornal O Globo, Francoy relatou ter sempre vivido e trabalhado em cidades do interior, um lugar, para ele, aparentemente “não-literário”, caracterizado por ser um espaço urbano trivial, intermediário e pouco turístico. Assim, incentivou seu olhar a buscar poesia nestas cidades.

Em entrevista ao Migalhas, Francoy contou que, apesar de reconhecer a contribuição do Direito na literatura e vice-versa, os casos que ele conhece no Fórum dificilmente viram temas de seus textos. A única vez em que o Fórum apareceu nos seus escritos foi quando contou a história do homem que vendia flores, às sextas-feiras, na praça localizada em frente ao Fórum de Pontal:

"Por mais terrível que era a semana, quando eu chegava na praça e via aquele senhor vendendo orquídeas, eu sabia que a sexta-feira e o dia ganhavam uma nova tonalidade", contou.

Continuando suas andanças pela vida, Francoy não para: agora está terminando a revisão de seu próximo livro de poemas, que deve ser lançado ainda em 2019.

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