Boicote
Julgamento de Saddam entra na reta final sem defesa
Apesar do boicote, o juiz-chefe Raouf Abdel-Rahman, frustrando as expectativas da defesa, não adiou a sessão - em vez disso, nomeou novos advogados, que serão responsáveis pelos argumentos finais caso os defensores continuem a não comparecer. O ex-ditador e a defesa já haviam promovido boicotes anteriormente. O réu considera a corte ilegítima.
Saddam e sete de seus colaboradores podem ser sentenciados à morte por enforcamento, se considerados culpados de crimes contra a humanidade pelo massacre de 148 xiitas em 1982. O tribunal espera que os veredictos saiam antes de 21 de agosto, quando começa um outro julgamento do ex-ditador, pela morte de 100 mil curdos, também nos anos 80.
Os advogados queriam também obter mais tempo para preparar sua argumentação final - eles afirmam que a morte de um colega, a terceira desde o início do julgamento, em outubro, prejudicou seu trabalho.
Os advogados de dois réus foram ouvidos ontem. Como nova medida de segurança, seus rostos não foram mostrados na TV, e suas vozes foram alteradas eletronicamente.
Ataques
Um dia após os violentos ataques que deixaram pelo menos 60 mortos em Bagdá, o primeiro-ministro Nuri al Maliki pediu a união dos iraquianos. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, expressou confiança no governo. "Ninguém esperava que em apenas algumas semanas ele fosse capaz de acabar com a violência."
Ontem bombas mataram 12 e feriram 62 em regiões de maioria xiita. Um ônibus que levava sunitas foi emboscado, e sete morreram. Em Samawa, capital da Província de Muthanna - onde a segurança passará para mãos iraquianas neste mês-, 200 policiais demitidos invadiram a sede do governo e agrediram funcionários. Não há informação sobre vítimas.
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