Repreensão
Roberto Busato critica manobra de advogados em julgamento de Suzane von Richthofen
Caso Richthofen
Os advogados dos Cravinhos, Geraldo e Gislaine Jabur, alegaram ter informado à Justiça que não iriam. Os defensores da jovem, comandados por Mauro Otávio Nacif, saíram do plenário depois que tiveram negado pedido de adiamento.
O presidente da OAB/SP, Luiz Flávio D'Urso, disse que a conduta dos advogados não foi ilegal, mas que juízo ético sobre o fato só pode ser feito pelo Tribunal de Ética da entidade, caso haja representação.
'OLIGOFRENIA'
O advogado Paulo José Sperandio Cano Galhardo, que não representa Suzane, entrou com habeas-corpus no Tribunal de Justiça em favor da jovem alegando que ela sofre de oligofrenia, um tipo de retardo mental, e a ação deve ser suspensa até ela passar por exame psiquiátrico. Ele impetrou o recurso no domingo para tentar impedir o júri de anteontem. A liminar não pode mais ser apreciada, mas o mérito do pedido, sim.
Por lei, qualquer cidadão pode pedir habeas-corpus. Galhardo afirmou ontem que 'Suzane pode não ter noção da gravidade do que cometeu'.
A inteligência de quem sofre de oligofrenia pára de se desenvolver. 'Mas uma pessoa que estudou Direito não pode ter retardo. Ela pode ter imaturidade emocional, mas não imaturidade cognitiva', avaliou o psicólogo Antônio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas.
Nacif, disse que não tem nada a ver com o pedido. 'Suzane é superequilibrada, normal. Maluco é ele. Isso será arquivado.' A Justiça autorizou que Suzane cumpra prisão domiciliar em outro endereço, na Aclimação, e não mais no escritório do protetor, Denivaldo Barni, no Paraíso. Os Cravinhos devem continuar presos na capital até o júri.
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