A fatia de consumidores jovens entre os inadimplentes recuou de 22% para 19% na faixa de até 30 anos de idade no 2º trimestre, e de 15% para 12% entre os que têm de 31 a 35 anos. Em compensação, entre os que têm 56 anos ou mais o percentual cresceu de 13% para 17%, segundo a pesquisa Perfil do Inadimplente do 2º trimestre, realizada pela Boa Vista Serviços S/A.
O levantamento mostrou crescimento de 65% para 77% da proporção de consumidores que disseram não estar comprometidos com outras dívidas nos próximos meses, além daquelas que causaram restrição. Outros 14% informaram que estão comprometidos por mais de 12 meses com endividamento.
A pesquisa revelou também que o percentual de consumidores que se consideram em situação financeira melhor do que no ano anterior caiu de 52% para 40%, e que a fatia dos que têm a percepção de piora em sua situação financeira aumentou de 17% para 22%.
A maioria dos entrevistados (36%) afirmou que a soma das dívidas em atraso que causaram restrição está entre R$ 500 e R$ 2 mil, enquanto 32% disseram que têm dívidas de até R$ 500, mesma fatia dos que estão com compromissos acima de R$ 4 mil, de acordo com a pesquisa. E 99% afirmaram estar em condições de quitar suas dívidas.
Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento das dívidas, 38% dos consumidores inadimplentes se declararam pouco endividados, quatro pontos percentuais acima do nível do primeiro trimestre, enquanto 36% acreditam estar mais ou menos endividados e 26% se disseram muito endividados.
A maior parte dos entrevistados (42%) trabalha em empresa privada, e entre os que se declaram autônomos, a porcentagem dos inadimplentes cresceu de 19% para 27% na comparação trimestral.
O desemprego continua a ser o principal motivo da incapacidade de pagamento, com 33% das menções, mas teve queda de 3 pontos percentuais na comparação com o 1º trimestre. O descontrole financeiro aparece em seguida, com 22%.
Pouco mais da metade dos consumidores inadimplentes (54%) declaram que pertencem a classe C, e outros 39% a classe B. Entre as formas de pagamento utilizadas na compra ou negócio que gerou a inadimplência, um terço dos entrevistados (29%) aponta o cartão de crédito, seguido de carnê e boleto (28%). Outros 16% afirmaram que o meio de pagamento utilizado foi o cheque e 13% o empréstimo pessoal, com destaque para as classes D e E, em que o crédito pessoal saltou de 12% para 23% como meio utilizado. Na classe C, prevalece o cartão de crédito como forma de pagamento utilizada (31%), enquanto na classe B ficaram empatados cartão de crédito e carnê/boleto (27%).
A compra de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos gerou o endividamento para 20% dos entrevistados, seguida pela compra de vestuário e calçados, que cresceu de 15% para 18% na comparação com o período anterior (1º trimestre/14).
O levantamento da Boa Vista mostrou também que a maioria (66%) não pretende fazer novas compras antes de quitarem as dívidas que geraram a restrição ao nome. Resolvida a situação, 40% disseram que pretendem comprar um veículo quando conseguirem solucionar seu endividamento. Em seguida aparece a compra de imóveis, com 19% das menções.
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