"Da primeira edição da Conferência, realizada em 1958, no Rio, até os dias de hoje, muita coisa mudou no país. Passamos por uma ditadura, vimos a abertura política, o fim do regime militar e as eleições diretas, a promulgação da Constituição, o impeachment de um presidente e a volta do povo às ruas. Ao longo da história da OAB, foram muitas as tentativas de cerceamento do seu poder de atuação, mas em todos esses momentos, a entidade nunca se rendeu ao arbítrio e aos atos violentos praticados. Pelo contrário, nossa luta pela liberdade de expressão e pela defesa da democracia sempre foi intensa. A Ordem se sacrificou, em momentos-chave da história do país, por muito mais que interesses meramente corporativos, mas pelos interesses da sociedade civil e dos advogados." Felipe Santa Cruz
Presidente da OAB/RJ
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III Conferência Nacional dos Advogados (Recife, 1968)
- 7 a 13 de dezembro
Neste contexto, realizada sob a presidência de Samuel Vital Duarte, a III Conferência Nacional dos Advogados teve como temas principais a proteção aos direitos humanos, a eficácia das instituições jurídicas posta em confronto com uma instrumentação emperrada e onerosa, e o problema da aceleração do processo tecnológico, que obrigava a adaptação do Direito.
À época, a Ordem assinalou a urgente necessidade de um aprofundamento das discussões sobre a garantia dos direitos humanos no país, no momento em que o governo autoritário preparava o "arrocho" do regime. A sessão de encerramento da III Conferência coincidiu com o dia em que foi instituído o AI-5, que imergiu o país no mais crítico período do regime militar.
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IV Conferência Nacional dos Advogados (São Paulo, 1970)
- 26 a 30 de outubro
Com tema principal centrado na contribuição do advogado para o desenvolvimento nacional, o então presidente da OAB, Laudo de Almeida Camargo, convidou Emílio Garrastazu Médici para presidir a sessão de instalação da IV Conferência Nacional dos Advogados.
Conforme a maioria das teses apresentadas na Conferência, o homem do Direito deveria exercer sua profissão levando em consideração as demandas jurídicas, fruto das transformações sociais, políticas e econômicas, sem perder de vista os ideais de liberdade, fraternidade, paz e Justiça.
Os 40 integrantes da relação de presos políticos libertados no sequestro do embaixador da Alemanha.
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V Conferência Nacional dos Advogados (Rio de Janeiro, 1974)
- 11 a 16 de agosto
Em janeiro de 1974, o general Ernesto Geisel (Arena) é eleito presidente do Brasil, obtendo 400 votos contra 76 dados ao candidato da oposição, Ulysses Guimarães.
Sob o comando de José de Castro Filho, a V Conferência Nacional dos Advogados refletiu o incentivo da Ordem aos primeiros passos do processo de abertura política. Respondendo aos anseios da sociedade, que convivia com as constantes denúncias de tortura e desaparecimento de presos políticos, o evento teve como tema central "O Advogado e os Direitos do Homem".
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VI Conferência Nacional dos Advogados (Salvador, 1976)
- 17 a 22 de outubro
No contexto aterrador da submissão política promovida pelo governo, a VI Conferência Nacional dos Advogados teve como temas a independência e autonomia do advogado e a reforma do direito positivo brasileiro. No evento, os advogados manifestaram seu anseio pela restauração do Estado de Direito, fundamental para a efetivação da Reforma do Poder Judiciário.
"A nação carece, devido a seu crescimento, de reformulação substancial na mecânica do Poder Judiciário, assegurando-se o acesso presto e seguro dos cidadãos aos cancelos legais. À responsabilidade de Juízes e Advogados deve somar-se a independência, em toda a sua perfeição, mantido, também, o princípio federativo. É essencial à eficácia da reforma a devolução das prerrogativas da magistratura e o restabelecimento, em toda a sua plenitude, do habeas corpus."
2014 - XXII Conferência Nacional do Advogado
Cenário da primeira Conferência Nacional dos Advogados, realizada em 1958, e por mais duas vezes, em 1974 e 1999, o Rio de Janeiro será palco novamente do principal evento da advocacia em 2014. Com o tema ”Constituição Democrática e Efetivação dos Direitos”, a Conferência discutirá questões ligadas aos direitos constitucionais, mas sobretudo, estará em pauta a defesa das prerrogativas profissionais, essencial para que se possa ter, cada vez mais, um Estado verdadeiramente democrático de Direito, onde o advogado possa exercer com liberdade e independência a sua atividade profissional.
O evento, que acontece a cada três anos, terá programação variada, composta por 40 painéis, quatro debates, duas conferências magnas e dois bate-papos, totalizando 172 palestrantes nacionais e internacionais. O evento ocorre entre os dias 20 e 23 de outubro.
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