Em entrevista à TV Migalhas, a juíza de Direito Monica Iannini Malgueiro, do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Sobradinho/DF, lamenta que algumas mulheres ainda achem normal apanharem dos companheiros e/ou verem suas filhas sendo abusadas dentro de casa.
Veja o vídeo:
Segundo o estudo "Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher", realizado pelo Instituto Avon/IPSOS entre 31/1/11 e 10/2/11, das 1.800 pessoas entrevistadas em 70 municípios espalhados pelas cinco regiões do Brasil, 8% das mulheres e 18% dos homens não acreditam na punição judicial em caso de violência contra a mulher.
Confira outros dados levantados:
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80% dos homens e mulheres entrevistados apontaram como violência doméstica os diversos tipos de agressão física sofridos pela mulher no âmbito familiar (do empurrão até atos extremos que culminam em sua morte);
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62% relacionaram violência a agressões verbais, humilhação, falta de respeito, ciúmes e ameaças;
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6% das menções se relacionam à violência moral (calúnia, difamação, injúria, etc);
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6% se relacionam à violência sexual (estupro, obrigar a mulher a fazer sexo contra sua vontade, etc).
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59% dos entrevistados declararam conhecer alguma mulher que já sofreu agressão (65% das mulheres e 53% dos homens). Desses 59%, 63% fizeram algo para ajudar, sendo que as mulheres entrevistadas foram proativas com as vítimas;
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44% conversaram com elas;
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28% orientaram a buscar ajuda jurídica ou policial/serviço de ajuda especializado;
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entre os 37% que não fizeram nada, a principal justificativa foi o entendimento de que não deveriam interferir (13% das mulheres e 28% dos homens).
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11% das mulheres e 20% dos homens entrevistados não acreditam que empurrar a mulher mereça punição judicial;
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94% afirmam conhecer a lei Maria da Penha, mas apenas 13% a conhecem muito bem;
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a maioria das pessoas (60%) pensa que, como consequência do acionamento da lei, o agressor vai preso.